Árvores ou arbustos, 1,2-8 m alt. Ramos subquadrangulados a quadrangulados, casca não descamante em placas.
Folhas em verticilos 4-meros, às vezes alguns nós 6-meros; estípulas ca. 1 mm compr., caducas; pecíolo 1,2-2 cm compr., glabrescente; lâmina foliar (5,3-)7,5-14,5 x (2,9-)4-8,2 cm, oblonga a oblongo-elíptica, rigidamente coriácea;
face adaxial glabrescente, tomentulosa na nervura primária, nervura primária impressa, secundárias promínulas; face abaxial glabra, glabrescente quando jovem, nervura primária proeminente, secundárias promínulas a planas; ápice obtuso, retuso ou emarginado, base cuneada a obtusa, margem revoluta.
Inflorescências terminais, 13-36 cm compr., glabrescentes; cincinos 3-7-floros, pedúnculos 1-2 cm compr.; pedicelos 7-23 mm compr.; brácteas caducas; botões florais 18-23 x 3 mm, retos a sub-incurvos, cilíndricos a subclavados, ápice obtuso; cálcar 8-10 x 2 mm, reto, recurvo ou subsigmóide, cilíndrico, ápice globoso; sépala calcarada 2,8-3,5 cm compr.; lobos do cálice não calcarados ca. 2 mm compr., ovais, ápice agudo a arredondado; pétala central ca. 21 x 6 mm, glabras, pétalas laterais ca. 15 x 4 mm, glabras; estame ca. 2,5 cm compr.; antera ca. 2,1 cm compr., ciliada nas margens das tecas; filete ca. 4 mm compr.; estaminódios 1-1,5 x 0,7-1 mm; ovário ca. 2 x 2 mm, deltóide, glabro; estilete ca. 2,5 cm compr., cilíndrico, reto a incurvo, glabro; estigma trilobado, capitado, terminal.
Cápsula 2,5-4 x 1,6-2,5 cm, ovóide a oblongo-ovóide, ápice agudo a arredondado, superfície verruculosa, glabra.
Sementes 2,8-3,5 x 0,9-1 cm.
Vochysia thyrsoidea ocorre na BA, CE, DF, GO, MG e SP, em áreas de cerrado e campo rupestre. É uma espécie amplamente distribuída na Cadeia do Espinhaço e em outras áreas, como a Serra da Canastra e a Chapada dos Veadeiros. Na Serra do Cipó foi coletada em flor em janeiro, fevereiro, abril e de setembro a dezembro, e em fruto nos meses de janeiro, fevereiro, abril, maio, julho a setembro e novembro. É uma das espécies de Vochysiaceae mais
frequentes na área de estudo.
Apesar de ser muito semelhante morfologicamente a V. tucanorum, diferencia-se principalmente pelo tamanho e textura das estruturas, sempre maiores e mais crassas. Vochysia thyrsoidea apresenta folhas coriáceas com a margem revoluta, ao passo que V. tucanorum apresenta folhas cartáceas com a margem sub-revoluta, revoluta apenas na
porção basal. Nos materiais analisados da Serra do Cipó, as folhas em V. thyrsoidea são geralmente mais largas, ca. 4-8 cm, enquanto em V. tucanorum atingem até ca. 3 cm de largura. Em V. thyrsoidea o ápice do cálcar é globoso, as cápsulas são maiores (2,5-4 x 1,6-2,5 cm) e ovóides a oblongo-ovóides, ao passo que em V. tucanorum o ápice do cálcar é arredondado, as cápsulas variam de 1,8-2,1 x 1-1,2 cm e são oblongas a oblongo-elípticas. Também é muito semelhante à Vochysia microphylla, em relação ao formato das folhas, flores e frutos.
Difere por não apresentar hábito cespitoso e por ter estruturas maiores, principalmente as folhas, que geralmente
ultrapassam 7 cm de comprimento. Espécie ilustrada em Pohl (1831, fig. 115) e Barbosa (1999, fig. 35).
Fonte: SHIMIZU, G. H. & YAMAMOTO, K. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Vochysiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 1, p. 63-87, 2012.