Turneraceae – Turnera dichotoma

Arbusto virgado 10-60 cm, caule simples a muito ramificado, ramos novos tomentosos, entrenós curtos, com pelos simples crespos ou retos, amarelados ou esbranquiçados.

Folhas coriáceas, discolores, geralmente patentes, na porção apical dispostas em ângulo agudo, sésseis, sem nectários; estípulas nulas ou substituídas por coléteres; lâmina oval ou angustioval, 3-12 mm compr., 1-7,5 mm larg.,
base geralmente cordada abraçando parcialmente o caule, margem geralmente inteira, revoluta na porção apical, ápice geralmente acuminado ou agudo; face adaxial lustrosa, glabra ou com alguns pelos simples macios, nervura mediana afundada, pilosa; face abaxial tomentosa ou lanuginosa, nervura mediana proeminente.

Inflorescências plurifloras apicais, em espigas capituliformes; brácteas basais angustiovais, as apicais lanceoladas ou lineares, 3-5,5 mm compr., 0,7-1,5 mm larg. Flores heterostilas sésseis na axila das brácteas; bractéolas lineares 2,1-5 mm compr., 0,2-0,6 mm larg., face abaxial viloso-tomentosa; pedicelo nulo; cálice 3,3-5 mm compr. estrigoso ou
viloso-hirsuto, lobos 3-nervados; corola pouco mais comprida que o cálice, pétalas obovais, 1,5-2,3 mm compr., filetes estaminais subulados, soldados só na base ao tubo floral, 2-3,3 mm compr. nas flores longistilas, 2,5-3,7 mm compr. nas flores brevistilas, anteras elípticas ou ovais, 0,5-1 mm compr., dorsifixas, ovário elipsoide, viloso, 0,7-1,5 mm compr., estiletes retos, hirsutos quase até o ápice, 1,5-3 mm compr. nas flores longistilas, 0,7-1,2 mm compr. nas flores brevistilas; estigmas 0,2-0,5 mm compr.

Cápsulas ovóides, 1,5-3 x 1,5-2 mm, face externa ligeiramente verrucosa, pilosa ou sublanuginosa.

Sementes ligeiramente curvadas, 2-2,4 mm compr., 0,9-1,3 mm, reticuladas; epiderme glabra; calaza proeminente; arilo unilateral, esbranquiçado, inteiro ou lobado, mais curto que a semente.

Turnera dichotoma é uma espécie endêmica de Minas Gerais (Arbo, 2008), ocorre predominantemente na Cadeia do Espinhaço, com algumas ocorrências em terrenos de menor altitude a oeste dessa cadeia, em Curvelo e Cordisburgo. Na Serra do Cipó cresce em campos de altitude e campo rupestre, a 1100 m de altitude; foi coletada em flor em março – avril, e setembro a novembro.

Urban (1893) descreveu duas variedades em Turnera dichotoma, que foram sinonimizadas (Arbo, 2008) com a espécie. A localidade de Glaziou 13393 apresenta problemas: o rótulo do espécime em algumas duplicatas indica “Biribiry, près Diamantina”, mas na publicação original das variedades Urban indica: “Serra do Cipó, prope Mangabeira”. Além disso, o rótulo dos espécimes, Glaziou 13392 (tipo de T. revoluta) e Glaziou 13394, indicam a mesma localidade.

Fonte: ARBO, M. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Turneraceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 37, p. 1-26, 2019.

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