Erva 10-35 cm alt., ramos frequentemente decumbentes, tortuosos; ramos jovens com muitos pelos glandulares com base inchada, pelos porretoestrelados e simples.
Folhas às vezes viscosas, discolores in sicco; estípulas substituídas por coléteres 0,1-0,3 mm compr.; pecíolo 0,5-4 mm compr., lâmina oval, às vezes elíptica ou suborbicular, 1,4-3 cm compr., 0,9-2,4 cm larg., serreado-crenada ou
crenulada, ápice geralmente obtuso; face adaxial lustrosa, com pelos porreto-estrelados; face abaxial com pelos estrelados e glandulares, nervação pouco proeminente.
Inflorescências unifloras. Flores heterostilas, pedúnculo 6-20 mm compr., bractéolas rudimentares, pedicelo 3-11 mm compr.; cálice 7-14 mm compr., tubo calicinal 1,5-2 mm compr., lobos internos glabrescentes em ambos os lados da nervura mediana; pétalas obovais, róseas ou salmão, 12,5-20 mm compr., 8-10 mm larg.; corona magenta ou roxa,
1-1,5 mm compr., margem laciniada; filetes 3,5-4 mm compr. nas flores longistilas, 7-8 mm compr. nas flores brevistilas, anteras 2-2,5 mm compr., ápice curvado após deiscência; ovário hirsuto, 2-2,5 mm compr., estiletes 4 mm compr. nas flores longistilas, 1,5-2,5 mm compr. nas flores brevistilas, estigmas 1-1,5 mm compr.
Cápsulas 5,5-7 mm compr., face externa tuberculada, com pelos porreto-estrelados e glandulares.
Sementes retas, 2-2,4 mm compr., 1-1,4 mm larg., reticuladas; epiderme glabra; arilo mais curto que a semente, lobulado e unilateral ou envolvente.
Piriqueta tamberlikii ocorre no Brasil e norte do Paraguai. Arbo (1995) reconheceu duas subespécies: a subsp. tamberlikii geralmente arbustiva, podendo atingir 1,2 m alt., com folhas grandes (2-8 cm compr.), ocorre no norte do Paraguai e em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Arbo, 1995). Enquanto a subsp. rotundifolia, herbácea, com
10-35 cm alt. e folhas pequenas (1,5-3 cm compr.), é endêmica da Cadeia do Espinhaço, no estado de Minas Gerais (Arbo, 1995); na Serra do Cipó é conhecida por um único espécime coletado no século XIX.
Fonte: ARBO, M. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Turneraceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 37, p. 1-26, 2019.