Arbusto ca. 2,0 m alt., ereto, fortemente aculeado, acúleos 1,0–2,0 cm de compr., aciculares a cônicos. Caules e ramos tomentosos, com indumento ferrugíneo, apresentando tricomas porrecto-estrelados, curto e longo estipitado; unidade simpodial difoliada.
Folhas simples, discolores, coriáceas, lâmina 7,0–16,6 × 6,5–12,4 cm, ovadas a elípticas, ápice agudo, base cordiforme a oblíqua, margem lobada, com acúleos cônicos ao longo da nervura principal, ambas as faces velutinas, tomentosas, com tricomas porrecto estrelados, sésseis, curto e longo estipitados, face abaxial mais tomentosa, tricomas porrectoestrelados; pecíolo 2,0–3,5 cm de compr., cilíndrico.
Inflorescência simples, escorpioide, extra-axilar, densamente tomentosa. Botões florais oblongos. Flores hermafroditas, pediceladas. Cálice 3,2 × 2,9 cm, campanulado, oblongo, densamente tomentoso, com tricomas
estrelados, aculeado, lobos largo-lanceolados. Corola 4,5–5,0 cm de diâm., púrpura, rotácea, partida menos da metade do seu comprimento, lobos triangulares a deltoides. Anteras amarelas, lanceoladas, pilosas, deiscência poricida. Estigma capitado, ovário subgloboso.
Baga 5,0 × 4,7 cm, globosa, epicarpo castanho, velutino, tomentoso, com tricomas porrecto-estrelados, cálice frutífero não acrescente.
Sementes numerosas, ovadas.
Fenologia: Coletada com flores em novembro e frutos imaturos em fevereiro.
Solanum crinitum é uma espécie restrita aos países da América do Sul, sendo registrada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guianas, Peru e Venezuela (Giacomin; Gomes, 2018). Para o Brasil, a espécie já foi amostrada para quase todos os estados, com exceção da região Sul (SC, RS, PR), Centro-Oeste (MS) e Nordeste (AL, RN) (Giacomin; Gomes, 2018; Flora do Brasil, 2020). Para a Bahia, a espécie é bem amostrada para o sul, centro-oeste, centro-sul e uma porção do oeste do Estado (CRIA, 2020). Habita preferencialmente ambientes secos, áreas de cerrado, restingas e campos rupestres (Agra et al., 2009; Sampaio et al., 2019).
Os frutos são considerados tóxicos devido à presença de alcaloides e flavonoides de atividade citotóxica (Araújo et al., 2010). Na área em estudo, a espécie foi em encontrada em um terreno aberto e na borda de mata-de-cipó em regeneração.
Fonte: MOURA, J. N. & CAIRES, C. S. A família Solanaceae Juss. no município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Rev. Paubrasilia, v. 49, p. 01-33, 2021.