Solanaceae – Solanum cinnamomeum

Árvore. Ramos jovens castanhos, cilíndricos, lepidotos, tricomas peltados, inermes.

Folhas isoladas; pecíolo 1-1,2 cm compr., canaliculado, indumento igual ao dos ramos; lâmina cartácea, (3)6,6-10,7 x 2-2,3 cm; oblonga a lanceolada, ápice acuminado, involuto, base obtusa e assimétrica, margem inteira, glabra; face adaxial verde-escura, glabrescente, tricomas peltados concentrados nas nervuras; face abaxial alva, tomentosa-lepidota, tricomas peltados; folhas estipuláceas ausentes.

Inflorescência em cimeira, dicotômica ramificada, terminal, ca. 7,2 cm compr., pedúnculo ca. 2-2,5 cm compr., indumento igual ao dos ramos. Flores pediceladas, pedicelo ca. 3 mm compr.; bractéolas ausentes; cálice campanulado, ca. 3 mm diâm., 2,5 mm compr.; lacínias 1 x 1 mm, triangulares, reflexas; face externa lepidoto, tricomas peltados; face interna glabra; corola rotáceo-estrelada, alva, ca. 1,8 cm diâm., 1,4 cm compr.; lacínias 1,1 x 0,4 cm, oblongas, ápice agudo, glabro; face externa pubescente, tricomas peltados; face interna glabra. Estames 5, isodínamos; filetes ca. 2-3 mm compr., glabros; anteras amarelas, ca. 3 mm compr., oblongas, glabras, deiscência por poros apicais pequenos, introrsos, não prolongando-se por fendas longitudinais. Ovário ovado, ca. 1-2 mm diâm., glabro, ausência de disco nectarífero; estilete ca. 7 mm compr., reto, pubescente, no terço basal, tricomas simples e bífidos; estigma capitado.

Fruto baga, verde, ca. 1-1,3 cm diâm., globoso, glabro, cálice não acrescente.

Solanum cinnamomeum destaca-se das demais espécies de Solanum da Serra Negra por apresentar lâminas foliares com ápice involuto. Está relacionada com S. swartzianum e S. leucodendron pela presença do tricoma peltado, cujas células radiais são soldadas a partir do disco central (CARVALHO, 1996).

Na Serra Negra S. cinnamomeum é encontrada em borda e interior de mata de encosta e mata nebular, em elevações que variam de 1000 a 1300 m. De acordo com VALENTE (2007), esta espécie é muito representativa quanto à dominância e altura na mata nebular do Ninho da Égua, na Serra Negra, onde se destaca como a principal espécie que atinge o estrato superior da floresta. Floresceu no mês de fevereiro e frutificou no mês de abril.

Solanum cinnamomeum ocorre nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, em áreas elevadas onde às altitudes variam de 700 a 1300 m, principalmente na Floresta Ombrófila Densa Baixo-Montana e Alto-Montana e Floresta Estacional Semidecidual, ocupando interior e bordas de mata, mata ciliar e matas secundárias em recuperação.

Segundo OLIVEIRA-FILHO (2006), S. cinnamomeum é muito rara em Minas Gerais onde pode ser encontrada principalmente no Vale do Paraíba do Sul, Mantiqueira Norte, Mantiqueira Sul e Espinhaço Sul.

Fonte: FELICIANO, E. A. Solanaceae A. Juss. da Serra Negra, Rio Preto, Minas Gerais: Tratamento taxonômico e similaridade florística. 135f. Dissertação, Universidade Federal de Juiz de Fora, PGECOL, Juiz de Fora – MG, 2008.

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