Arvoreta 2 m alt., ereta, inerme. Caules e ramos cilíndricos, glabrescentes.
Folhas simples, discolores, lâmina 5,0–14,0 × 2,9–7,3 cm, membranácea, ovada a lanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem inteira a ondulada, face adaxial, revestida por tricomas simples, em especial nas nervuras foliares, face abaxial, com tricomas simples; pecíolo 1,0–2,8 cm de compr., cilíndrico, pubescentes.
Inflorescência pluriflora, fasciculada a glomeruliforme, com tricomas simples. Botões florais não observados. Flores pediceladas com tricomas simples, hermafroditas. Cálice campanulado, tubo 0,4–0,6 mm de compr., glabrescente com tricomas simples, lacínias triangulares a lanceoladas. Corola 2,1 × 0,6 cm, campanulada, alva a creme com manchas esverdeadas, pétalas soldadas na maior parte do seu comprimento, lobos revolutos. Anteras amarelas, oblongas, deiscência longitudinal. Estigma capitado, ovário ovoide.
Baga 1,0 × 0,9 cm, globosa, epicarpo glabro, verde quando jovem, alaranjado na maturidade, cálice frutífero não acrescente.
Sementes numerosas, discoides.
Fenologia: Coletada com flores e frutos maduros em fevereiro e dezembro.
Iochroma arborescens pode ser encontrada no sul do México, na América Central, nas Antilhas e na América do Sul, em especial em margens de fragmentos florestais e clareiras (Verçoza et al., 2012). No Brasil, possui ocorrências nas regiões Sul (RS, SC), Sudeste (RJ, SP, MG) e Nordeste (BA, CE, PE) (Flora do Brasil, 2020), sendo popularmente conhecida como fruta-de-sabiá (Verçoza et al., 2012).
Na Bahia, a espécie ainda é pouca amostrada, sua distribuição concentra-se mais ao sul do Estado (CRIA, 2020).
Possui grande plasticidade de adaptação ao ambiente e, portanto, é considerada uma espécie muito importante para restauração de ambientes degradados, tendo em vista que atrai muitos polinizadores e dispersores devido às atrativas flores e aos vistosos frutos (Verçoza et al., 2012). Estudos farmacológicos apontam a existência de princípios ativos anticancerígenos na planta (Carvalho et al., 2001; Verçoza et al., 2012). Na área em estudo a espécie foi encontrada em margens de estradas, em fragmentos antropizados e em local próximo a curso de água.
Fonte: MOURA, J. N. & CAIRES, C. S. A família Solanaceae Juss. no município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Rev. Paubrasilia, v. 49, p. 01-33, 2021.