Arvoreta, 2,30 m alt., inerme. Caules e ramos glabros a glabrescentes, com tricomas esparsos simples, pseudoestípulas elípticas presentes.
Folhas simples, alternas, glabras, levemente discolores, papiráceas, lâmina 4,4–8,5 × 2,2–3,5 cm, elípticolanceolada ou oblonga, ápice agudo, base obtuso-acunheada, margem inteira a ondulada, ambas as faces glabras, face adaxial verde, face abaxial verde claro; pecíolo 0,4–1,2 cm de compr., cilíndrico, glabro.
Inflorescência em cimeiras, plurifloras, axilares ou terminais, panículas, pubescentes, tricomas simples. Botões florais não observados. Flores hermafroditas, sésseis ou apresentando um pedicelo curto. Cálice 0,6 × 0,3 mm, tubuloso, pubescente, revestido por tricomas simples, lobos triangulares a dentados, hipsofilo 0,7 × 0,3 mm. Corola branco-arroxeada a creme-esverdeada, hipocrateriforme, tubo 1,7–2,5 cm de compr., glabrescente, lobos triangulares a lanceolados. Anteras amarelo-ouro, deiscência longitudinal. Estigma capitado ou lobado, ovário subgloboso.
Baga 1,4 × 0,8 cm, ovoide, alongada, glabra, verde quando jovem, roxonigrescente na maturidade, cálice frutífero não envolvendo o fruto.
Sementes não observadas.
Fenologia: coletada com flores e frutos maduros em fevereiro.
Cestrum axillare é uma espécie que apresenta ampla distribuição no Brasil, havendo registros para as regiões Norte (AC, AM), Nordeste (AL, BA, CE, MA, PB, PE, RN, SE), Centro-Oeste (DF, GO, MS, MT), Sudeste (ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR, SC), abrangendo os domínios fitogeográficos da Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Amazônia (Flora do Brasil, 2020). A espécie ocorre em especial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, em regiões litorâneas do
Nordeste, como na Bahia, em Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Para a Bahia, há uma maior distribuição para o centro-norte, centro-leste, leste, sul e porções da região sudoeste do Estado (CRIA, 2020).
É considerada uma planta hepatotóxica, portanto, causa necrose hepática em espécies bovinas. No estado da Bahia é frequentemente utilizada para sombreamento nas plantações de cacau. Coloniza margens de estradas, bordas de fragmentos em que haja cursos de água e restingas das regiões tropicais do país (Marinho et al., 2018). Na área em estudo, a espécie foi encontrada na margem do rio Verruga em solo úmido.
Fonte: MOURA, J. N. & CAIRES, C. S. A família Solanaceae Juss. no município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Rev. Paubrasilia, v. 49, p. 01-33, 2021.