Rubiaceae – Perama parviflora

Erva ereta, possivelmente anual, 7-12 cm alt., não ramificada; caule delgado, viloso, simples, claramente visível, entrenós 1-2,5 cm compr. Estípulas inconspícuas, triangulares, hirsutas.

Folhas opostas, decussadas, sésseis a curtamente pecioladas; pecíolo 0-0,5 mm compr.; lâmina oval, base amplexicaule, margem plana, ápice arredondado a acutiúsculo, 2,5-6 mm compr., 2-5 mm larg., cartácea, hirto-vilosa, tricomas patentes; venação acródroma, nervuras concolores quando secas, adaxialmente verdes e abaxialmente vináceas quando vivas, levemente salientes na face abaxial.

Cimeiras terminais, amplamente ramificadas, com glomérulos terminais bracteados; flores sésseis; hipanto zigomorfo, 1,3-1,8 mm compr., 1 mm larg., lacínios 2, externamente estrigosos; corola alva com fauce azulada, 4-4,5 mm compr., 1,5-2 mm larg., externamente vilosa; lobos suberetos, triangulares, 1-1,5 mm compr., anteras subsésseis, inclusas; estilete exserto.

Cápsula não observada.

Steyermark & Kirkbride (1977) diferenciam P. parviflora de P. irwiniana principalmente pelo hábito (plantas até 27 cm e eretas em oposição a plantas maiores e decumbentes), pelas dimensões do tubo (3-3,5 x 5 mm compr.) e pela coloração das flores (alva x rosada), além da presença de conectivo em P. parviflora. P. parviflora foi coletada na Serra do Caraça, enquanto P. irwiniana era proveniente do Pico do Itambé.

Ambas as espécies estavam representadas apenas pelo material-tipo, e o estudo de exsicatas adicionais mostrou que as características utilizadas para diferenciá-las são variáveis, sendo que o espécime Pirani et al. 5949 é composto por plantas de diferentes tamanhos, florescendo de 15 a 60 cm alt., e Zappi 2613 possui flores alvo-azuladas. Além disso, foi observado conectivo nas anteras do material proveniente do Itambé (Pirani et al. 5949), que teoricamente não
deveria apresentar conectivo expandido. Dessa forma, optou-se por sinonimizar P. irwiniiana sob P. parviflora. Na Serra do Cipó, P. parviflora cresce em campos pedregosos no topo de pequenos morros, entre cascalho quartzítico e com pouca cobertura vegetal, florescendo em agosto e novembro.

Fonte: ZAPPI, D. C.; CÁLIO, M. F. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Rubiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 71-140, 2014.

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