Rubiaceae – Borreria schumannii

Ervas eretas, ramificadas acima da base, 30-50(-200) cm alt.; ramos e râmulos quadrangulares, ligeiramente vilosos com alguns tricomas recurvados, amarelados. Estípulas semilunares, conatas, 2-3 x 2-5 mm, laciniadas, 5-8 lacínios, filiformes, até 5 mm compr., persistentes.

Folhas opostas, sésseis a curtamente pecioladas; pecíolo até 2 mm; lâmina lanceolada a oval, base truncada, ápice agudo, 25-60 mm compr., 10-20 mm larg., membranácea, discolor, face abaxial verde-clara, pilósula, face adaxial
olivácea, glabra; venação eucamptódroma, nervuras secundárias subparalelas, salientes na face abaxial, impressas na face adaxial.

Flores em glomérulos densos axilares ebracteados; hipanto 2,5 mm compr., pilósulo, tubo curto, lacínios 4, agudos, 1,5 mm compr., ciliados; corola 4-4,2 mm compr., alva, tubo curto, lobos patentes, ca. 1 mm compr.; flores protogínicas, anteras ca. 0,3 mm compr.; estilete até 5 mm compr., estigma bilobado.

Cápsulas 3 mm compr., obovoides, sésseis, epicarpo estrigoso, endocarpo flexível, rompendo-se quando maduro; sementes estreitamente elipsoides 2 mm compr., com fenda adaxial; testa nigrescente minutamente reticulada.

Borreria schumannii distribui-se na Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil (Govaerts 2013), onde existem registros no Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina (Barbosa et al. 2014).

Na Flora de Santa Catarina, Delprete (2005) trata Borreria sob o gênero Spermacoce, sendo que esta espécie aparece como Spermacoce schumanii (Standley ex Bacigalupo) Delprete. Segundo Delprete (2005), Delprete & Kirkbride (2008) e Govaerts (2011), o sinônimo Borreria flavovirens Bacigalupo e E.L. Cabral é um nome supérfluo, portanto ilegítimo, porém não existia até o momento uma combinação deste epíteto específico sob o gênero Borreria.

Este problema taxonômico foi retificado por meio da combinação apresentada por Cabral et al. (2011). Na Serra do Cipó, B. schumannii foi coletada em campo cerrado em solo arenoso, com flores e frutos maduros em março.

Fonte: ZAPPI, D. C.; CÁLIO, M. F. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Rubiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 71-140, 2014.

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