Subarbusto 0,4–1 m alt., monoico. Ramos modificados em cladódios; cladódios; 9–28 × 0,3–0,6 cm, lanceolados a obovais, falcados, vináceos a marrons quando adultos e esverdeados quando jovem, base atenuada, ápice arredondado, obtuso a acuminado, achatados, coriáceos, glabros.
Catafilos ausentes. Estipulas não observadas. Pecíolo não observado. Limbo foliar caduco, presente apenas nos ramos jovens, não observado. Brácteas 1 mm compr., triangulares, glabras.
Címulas unissexuais com 2 a 3 flores ou flores solitárias dispostas as margens dos cladódios. Flores estaminadas: sesseis; sépalas 5, ca. 1,2 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado, com faixa central amarelada evidente, cartácea, margem inteira; disco 5, segmentos, pateliformes, lisos, alternos as sépalas; estames 3, ca. 1 mm compr., totalmente unidos formando uma coluna, anteras com rimas verticais. Flores pistiladas: sesseis, sépalas 5, ca. 2 mm compr., livres, unisseriadas, elíptico-obovais, ápice arredondado, sem faixa central, cartáceas, disco cupuliforme; ovário 1mm compr., globoso, liso; estiletes 3, menor que 1 mm compr., livres, bífidos, estigmas cilíndricos.
Cápsula 3–4 × 3–4 mm, globosa, superfície lisa, pedicelo ausente.
Sementes 2 mm, trígonas, testa lisa.
Comentários e distribuição: Phyllanthus klotzschianus é endêmica do Brasil, distribuindo-se pelas regiões Nordeste (AL, BA, PE, SE), Centro-Oeste (GO) e Sudeste (ES, MG, RJ, SP) em vegetações de Cerrados, Caatingas e Mata Atlântica, principalmente em áreas abertas e sobre afloramentos rochosos (Flora do Brasil 2020 em construção).
Na área de estudo, foi encontrada nos estados de AL e BA (Fig. 8) em restingas e floresta ombrófila. Coletada com flores praticamente o ano inteiro e com frutos em fevereiro e dezembro. Pode ser reconhecida pelos ramos modificados em cladódios, flores estaminadas e pistiladas sésseis, ambas com cinco sépalas. Pode ser confundida com P. flageliformes e P. gladiatus, devido aos ramos modificados em cladódios. Comentários sobre as afinidades constam nas descrições de P. flageliformes e P. gladiatus.
Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (CR), em virtude de possuir uma EOO de 79.000, 682 km2 e em perigo (EN) devido a uma AOO de 60.000 km2 (IUCN 2001). Até o momento, nenhuma população dessa espécie foi encontrada em áreas de conservação na Mata Atlântica do Nordeste.
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.