Subarbusto 40 cm alt., monoico. Ramificação filantóide. Ramos 9–15 cm compr., cilíndricos, pinatiformes, glabros, não modificados em cladódios.
Catafilos ca. 1 mm compr., ovais, glabros. Estipulas ca. 2 mm compr., lineares, glabras. Pecíolo 1–1,5 mm compr., cilíndrico, glabro. Limbo foliar 11–15 × 6–10 mm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, oblongo, base discretamente assimétrica, ápice arredondado, membranáceo, discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira, nervação broquidódroma. Brácteas 1–2 mm compr., geralmente uma por címula, triangulares, às vezes lineares, glabras.
Címulas fasciculadas unissexuais, compostas por 3 flores estaminadas e flores pistiladas solitárias. Flores estaminadas: pedicelo até 1 mm compr., glabro; sépalas 5, ca. 0,5 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado, com nervura central esverdeada evidente, membranáceas, margem inteira; disco glandular com 5 segmentos, obtriangulares, superfície lisa, alternos as sépalas; estames 3, até 1 mm compr., livres, tecas não divergentes, anteras com rimas verticais. Flores pistiladas: pedicelo 7,5–11 mm compr., filiforme, glabro; sépalas 5, 3–3,5 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice obtuso, venação pinada, membranácea, margem revoluta; disco glandular inteiro; ovário ca. 1 × 0,8–1 mm, globoso, liso, estiletes 3, 2–2,2 mm compr., livres, bífidos até a metade, estigmas capitados.
Frutos e sementes não observados.
Comentários e distribuição: Phyllanthus itamarajuensis é endêmica da Mata atlântica da Bahia (Fig. 8), sendo conhecida apenas para o município de Itamaraju, onde foi coletada na Fazenda Pau-brasil, dentro da plantação de cacau. Coletada com flores em julho. É facilmente reconhecida pelas folhas com base discretamente assimétrica, estiletes longos (2–2,2 mm compr.) e anteras com rimas verticais (Torres et al. 2020b).
Seu status de conservação na área de estudo é criticamente ameaçada (CR), em virtude de possuir uma EOO de 0.000 km2 e uma AOO de 4.000 km2 (IUCN 2001). Além disso, a espécie ocorre em apenas uma localidade na Mata Atlântica, sendo esta área bastante antropizada, em virtude do cultivo de Cacau.
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.