Phyllanthaceae – Phyllanthus heteradenius

Erva, 14 cm, alt., monoica. Ramificação não filantóide. Ramos 3–7 cm, cilíndricos, pinatiformes, glabros, não modificados em cladódios. Catafilos ausentes. Estípulas ca. 1 mm compr., ovais, glabras.

Pecíolo 1mm compr., glabro. Limbo foliar 8–10 × 3–5 mm, presente nos ramos secundários e eixo principal, alterno, oboval, orbicular a elíptico, base aguda, ápice arredondado a agudo, membranáceo, discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira, nervação cladódroma.

Címulas unissexuais com 2 a 3 flores estaminadas e flores pistiladas solitárias. Brácteas 1 mm compr., triangulares, glabras. Flores estaminadas: pedicelo ca.1 mm compr., glabro; sépalas 5, ca. 1 mm compr., livres, unisseriadas, orbiculares a obovais, ápice obtuso a cuspidado, faixa central amarelo-esverdeada evidente, membranácea, margem inteira; disco com 5 segmentos, caudados a falcados, lisos, alternos as sépalas; estames 3, totalmente livres, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo 1mm compr., glabro; sépalas 5, 1–1,5 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado a obtuso, faixa central verde-escuro evidente, membranáceas, margem inteira; disco com 5 segmentos, orbiculares, lisos, alternos as sépalas; ovário ca. 0,5 mm compr., globoso, liso, estiletes 3, menor que 1 mm compr., livres, bífidos, estigmas capitados.

Cápsula 2–2,2 × 2–2,2 mm, globosa, superfície lisa; pedicelo 1 mm compr.

Sementes ca. 1,2 mm compr., trígonas, castanho-claras, com testa lisa.

Comentários e distribuição: Phyllanthus heteradenius é endêmica do Brasil, distribuída pela região Nordeste (AL, BA, SE, PA, PE, RN) e Sudeste (MG), em ambientes de Caatinga e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, Silva & Sales 2007). Na área de estudo foi encontrada em áreas de Restingas e em Florestas Ombrófilas nos estados de AL e RN (Fig. 8). Coletada com flores e frutos nos meses de Março a Agosto.

É reconhecida pelo padrão de ramificação não filantóide, folhas obovais, orbiculares a elípticas presente no eixo principal e ramos secundários, cinco sépalas largamente obovais nas flores estaminadas e pistiladas, três estames totalmente livres, disco estaminado com cinco segmentos, caudados a falcados e disco pistilado segmentado. Entre as espécies do Nordeste se assemelha a P. caroliniensis, cujos comentários sobre sua semelhança constam em P. caroliniensis.

Seu status de conservação na área de estudo é em Perigo (EN) em virtude possuir uma EOO de 3. 170, 851 km2 e uma AOO de 16.000 km2 (IUCN 2001). Populações da espécie foram encontradas na área de conservação Parque estadual das dunas do Natal (RN).

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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