Subarbusto 1–2 m alt., dioico. Ramificação não filantóide. Ramos modificados em cladódios; cladódios 17–37 × 1,5–3 cm, lanceolados a falcados, marrons quando adultos e esverdeados quando jovem, base atenuada, ápice obtuso a agudo, achatados, coriáceos, margem revoluta, glabros.
Catafilos ausentes. Estipulas não observadas. Pecíolo 1–3 mm compr., glabro. Limbo foliar 0,7–9 × 0,3–3 cm, caduco, alterno, presente nos ramos jovens e às vezes nos adultos, largamente oboval, base atenuada, ápice arredondado, às vezes mucronado, cartáceo, faces adaxial e abaxial glabras, margem crenada, nervação cladodroma.
Flores solitárias, dispostas nas margens dos cladódios. Brácteas menor que 1mm compr., triangulares, glabras. Flores
estaminadas: pedicelo ca. 7 mm compr., glabro; sépalas 6, livres, bisseriadas, sépalas externas ca. 3 mm compr., elípticas a obovais; internas 2–3 mm compr., elípticas, ambas com ápice agudo a arredondado, membranáceas, nervura central avermelhada evidente, margem inteira, disco 6 segmentos, reniforme, lisos, alternos as sépalas; estames 3, ca. 1,2 mm compr., unidos apenas na base, anteras recurvadas, com rimas verticais. Flores pistiladas: pedicelo 4–8 mm compr., glabro; sépalas 6, livres, bisseriadas, sépalas externas ca. 2 mm compr., oblongas a
obovais, internas ca. 2 mm compr., obovais a arredondadas, ambas com ápice arredondado, membranáceas, nervura central não evidente, margem inteira, disco inteiro; ovário ca. 1 mm compr., globoso, liso, estiletes 3, livres, bífidos até a metade, estigmas cilíndricos.
Capsula 4–5 × 4–5 mm, globosa, superfície lisa; pedicelo até 5 mm compr., glabro.
Sementes 2–3 mm compr., trígonas, testa lisa.
Comentários e Distribuição: Phyllanthus gladiatus é endêmica do Brasil, tendo ocorrência para região Sudeste (ES) e Nordeste (BA) em florestas ombrófilas e restingas (Flora do Brasil 2020 em construção). Aqui é reportada sua primeira ocorrência para o estado de Sergipe. No Nordeste, é encontrada na borda e interior de florestas ombrófilas (Fig. 8).
Coletada com flores nos meses de fevereiro, março e junho. Pode ser reconhecida pelos ramos modificados em
cladódios, achatados, flores estaminadas e pistiladas pediceladas, com seis sépalas bisseriadas, e pelos três estames unidos na base. Entre as espécies com ramos modificados em cladódios, é similar a P. flagelliformes em virtude das flores estaminadas pediceladas apresentarem seis sépalas. Comentários sobre sua afinidade são discutidos em P. flagelliformes.
Seu status de conservação na área de estudo é vulnerável (VU), em virtude de possuir EOO de 11.594, 586 km2
e em perigo (EN) devido a AOO de 32.000 km2 (IUCN 2001). A espécie ocorre na área de conservação Parque Nacional Serra de Itabaiana (SE).
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.