Phyllanthaceae – Phyllanthus caroliniensis

Erva 10–20 cm, monoica. Ramificação não filantóide. Ramos 3–9 cm compr., cilíndricos, pinatiformes, glabros, não modificados em cladódios.

Catafilos ausentes. Estípulas até 1 mm compr., triangulares, glabras. Pecíolo 1 mm compr., cilíndrico, glabro. Limbo foliar 5–9 × 3–3,5 mm, presente nos ramos secundários e eixo principal, alterno, oboval a oboval-eliptico, base aguda, ápice arredondado a agudo, membranáceo, discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira, glabra, nervação cladódroma.

Címulas pedunculadas, bissexuais ou unissexuais, com 2 a 3 flores, geralmente axilares, contendo 2 flores estaminadas e 1 pistilada ou vice-versa, ou 1 estaminada e 1 pistilada, além de 3 flores pistiladas em uma única címula. Brácteas menor que 1mm compr., triangulares, glabras. Flores estaminadas: pedicelo 0,5–1mm compr., glabro; sépalas 6, menor que 1 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado a mucronado, faixa central amarelo-esverdeada evidente, membranáceas, margem inteira; estames 3, totalmente livres, disco com 6 segmentos obtriangulares, lisos, alternos as sépalas, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo ca. 1 mm compr., glabro; sépalas 6, ca. 1 mm compr., livres, unisseriadas, oblongas a obovais, ápice agudo a cuspidado,
faixa central amarelada evidente, membranáceas, margem inteira; disco glandular 6-lobado, cupuliforme; ovário 0,5 mm, globoso, liso, estiletes 3, menor que 1 mm compr., livres, bífidos, estigmas capitados.

Cápsula globosa, ca. 1,3 × 1,1 mm, superfície lisa, pedicelo ca. 1 mm compr., glabro.

Sementes ca. 1 mm compr., trígonas, testa com 7–9 fileiras de verrugas dispostas longitudinalmente.

Distribuição e comentários: Phyllanthus caroliniensis é amplamente distribuída nas Américas (Webster 1970). No Brasil está distribuída em todas as regiões (AC, AM, PA, RO, AP, GO, ES, MG, RJ, SP, SC, PR, BA, PE), e em todos os domínios fitogeográficos (Flora do Brasil 2020 em construção). Nesse estudo está sendo reportada pela primeira vez para os estado de Alagoas.

No domínio da Mata Atlântica do Nordeste (Fig. 6) foi encontrada nos estados de AL, BA e PE, em florestas ombrófilas e montanas, comumente em locais úmidos e sombreados, e ainda é encontrada como ruderal em jardins e em áreas cultivadas, além de ser comum em frestas de calçadas. Coletada com flores e frutos o ano inteiro. É facilmente reconhecida pelo padrão de ramificação não filantóide, folhas presentes no eixo principal e ramos secundários, obovais a oboval-elípticas, seis sépalas estaminadas e pistiladas e três estames totalmente livres.

Esse conjunto de características a torna inconfundível quando comparamos com a maioria das espécies da região Nordeste. Entretanto, pode ser confundida com P. heteradenius em razão das folhas presente no eixo principal e ramos secundários e a ramificação não filantóide. A diferenciação dessas espécies baseia-se nas flores estaminadas e pistiladas com seis sépalas, disco pistilado inteiro e sementes verruculosas em P. caroliniensis (vs. flores estaminadas e pistiladas com cinco sépalas, disco pistilado segmentado e sementes lisas em P. heteradenius).

Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 168,652.613 km2 e em perigo (EN) devido a uma AOO de 76.000 km2 (IUCN 2001). Phyllanthus caroliniensis possui populações crescendo na Estação Ecológica Pau Brasil (BA), Estação ecológica de Caetés (PE) e Parque Zoológico Dois Irmãos (PE).

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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