Phyllanthaceae – Phyllanthus amarus

Erva ou subarbusto, 10–80 cm alt., monoico. Ramificação filantóide. Ramos 6–15 cm, cilíndricos, pinatiformes, glabros, não modificados em cladódios.

Catafilos menor que 1mm compr., triangulares, glabros. Estípulas menores que 1 mm compr., oval-lanceoladas, glabras. Pecíolo ca. 0,7 mm compr., glabro. Limbo foliar 6–12 × 3–5,5 mm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, oblongo a oblongo-oboval, base arredondada, ápice arredondado, raramente obtuso, membranáceo, levemente discolor, faces adaxial e abaxial glabras, margem inteira, nervação cladódroma.

Címulas pedunculadas, bissexuais com uma flor estaminada e uma pistilada. Brácteas menor que 1mm compr., lanceoladas, glabras. Flores estaminadas: pedicelo 0,7–2 mm compr., glabro; sépalas 5, 1 mm compr., livres, unisseriadas, oblongoelípticas, ápice cuspidado, com faixa central esverdeada evidente, membranáceas, margem
inteira; disco glandular 5 segmentos, pateliformes, lisos, alternos as sépalas; estames 3, ca. de 0,5 mm compr., completamente unidos, formando uma coluna, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo 1–2 mm compr.; sépalas 5, 1 mm compr., livres, unisseriadas, oblongo-elípticas, ápice cuspidado, faixa central verde evidente, membranáceas; disco glandular 5 segmentos, circulares, lisos; ovário ca. 0,5 mm compr., globoso, liso, estiletes 3,
menor que 1 mm compr., livres, bífidos, estigmas cilíndricos.

Cápsula 1,8–2 × 1,5–1,8 mm, globosa, superfície lisa; pedicelo 1,4 mm compr., glabro.

Sementes ca. 1 mm compr., trígonas, testa com estrias longitudinais.

Distribuição e comentários: Phyllanthus amarus possui distribuição pantropical (Silva & Sales 2007, Webster 2002). No Brasil ocorre em todas as regiões e em todos os estados, ocupando todos os domínios fitogeográficos e todos os tipos de vegetação (Silva & Sales, 2007, 2008, Flora do Brasil 2020 em construção). No domínio da Mata Atlântica do Nordeste (Fig. 6) é encontrada principalmente em locais úmidos, como ruderal em jardins e em áreas cultivadas, além de ser comum em frestas de calçadas. Coletada com flores e frutos o ano inteiro. Pode ser reconhecida pelas folhas oblongas, a oblongo-obovais, com base e ápice geralmente arredondado, pelas címulas bissexuais com duas flores, três estames completamente unidos, sépalas estaminadas e pistiladas com ápice cuspidado e as sementes estriadas.

Phyllanthus amarus pode ser confundida com P. niruri e P. stipulatus por compartilharem o formato das folhas e padrão de ramificação filantóide. No entanto, pode ser diferenciada de P. niruri, pois as folhas têm base arredondada (vs assimétrica em P. niruri), os estames são completamente unidos (vs livres em P. niruri), sépalas estaminadas e pistiladas com ápice cuspidado (vs obtuso a arredondado) e as sementes estriadas (vs verruculosas em P. niruri).
Phyllanthus stipulatus e P. amarus também compartilham três estames unidos e as sementes estriadas, contudo, podem ser diferenciadas pelas sépalas estaminadas e pistiladas oblongoelíptica com ápice cuspidado (vs. obovais a orbiculares com ápice arredondado em P. stipulatus), além do disco pistilado segmentado (vs. cupuliforme em P. stipulatus).

Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 217. 095,719 km2 e em perigo (EN) por apresentar uma AOO de 196.000 km2 (IUCN 2001). Phyllanthus amarus é amplamente distribuída na Mata Atlântica do Nordeste, com algumas populações registradas em áreas de conservação (APA da Barra do rio Mamanguape, RPPN de Pacatuba (PB), Estação Ecológica do Tapacurá e Parque zoológico deDois Irmãos (PE)).

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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