Phyllanthaceae – Phyllanthus acuminatus

Arbusto ou árvore, 1,4–4 m alt., monoica. Ramificação filantóide. Ramos 12–30 cm, cilíndricos, bipinatiformes, puberulentos, não modificados em cladódios.

Catafilos 1–2 mm compr., triangulares, glabros. Estipulas 1–1,5 mm compr., triangulares a ovais, glabras. Pecíolo
1–2 mm compr., pubescente. Limbo foliar 2–6 × 1,2–3,5 cm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, oval, elíptico a largamente oval, base obtusa ou arredondada, ápice acuminado, às vezes apiculado, membranáceo a subcartáceo, levemente discolor, faces abaxial e adaxial puberulentas, margem inteira, nervação broquidódroma.

Címulas bissexuadas, 10–12 flores, às vezes flores pistiladas solitárias. Brácteas 1 mm compr., lanceoladas, glabras. Flores estaminadas: pedicelo 2–6 mm compr., puberulento; sépalas 6, unidas na base, bisseriadas, sépalas externas ca. 0,5 mm compr., oblongo-elípticas; internas ca. 0,5 mm compr., ovais, ambas com nervura central evidente, membranáceas, ápice agudo, disco glandular 3-segmentado, reniforme, superfície lisa; estames 3, completamente unidos, menor que 1mm, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo 10–12 mm compr., puberulento;
sépalas 6, unidas na base, bisseriadas, sépalas externas ca. 1,3 mm compr., oblongo-elípticas; internas ca. 1 mm compr., ovais, ambas com nervura central evidente, membranáceas, ápice agudo; disco glandular inteiro, 3-lobado; ovário ca. 1,5 mm, globoso, liso, estiletes 3, livres, bífidos, estigmas cilíndricos.

Cápsula globosa, 5–4 × 5–4 mm, superfície lisa; pedicelo 1,5 cm compr., glabro.

Sementes ca. 3 mm compr., trígonas, com testa lisa.

Distribuição e comentários: Phyllanthus acuminatus possui distribuição apenas nas américas, ocorrendo desde o norte do México até o norte da Argentina, além das Antilhas (Webster 2003, Silva & Sales 2007). No Brasil ocorre nas regiões Norte (AC, AM, PA e RO), Centro-oeste (DF, GO), Sudeste (ES, MG, RG, SP) e Nordeste (BA, PE, PB) nos domínios de Caatingas, Cerrados e Mata Atlântica (Silva & Sales 2007, Flora do Brasil 2020 em construção).

Aqui é registrada pela primeira vez sua ocorrência para os estados de AL e SE, além de ser reportada pela primeira vez para o domínio da Caatinga. É encontrada no domínio da Mata Atlântica nos estados de AL, BA, PE e SE (Fig. 6), principalmente em áreas de bordas de florestas ombrófilas e restingas. Coletada com flores e frutos nos meses de fevereiro a novembro. Diferencia-se das demais espécies estudadas pelo hábito arbustivo ou arbóreo, ramos bipinatiformes, folhas com ápice acuminado, às vezes apiculados, disco glandular estaminado 3-segmentado, flores
estaminadas e pistiladas com seis sépalas, distribuídas em duas séries e flores pistiladas longamente pediceladas (10–12 cm compr.).

Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 59. 302, 801 km2 e em perigo (EN) por apresentar uma AOO de 100.000 km2 (IUCN 2001). Na área de estudo, a espécie ocorre nas Estação Ecológica de Murici (Alagoas), Reserva Municipal de Bonito e Estação Ecológica do Tapacurá (PE).

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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