Arbusto a arvoreta com cerca de 3,5–5 m alt., dioica. Ramos cilíndricos, glabros. Estípulas 2–3 mm compr., triangulares, glabras. Catafilos ausentes.
Pecíolo 1–2 cm compr., glabro. Limbo foliar 3–10 × 2,5–6 cm, elíptico a levemente oboval, base obtusa a arredondada, ápice obtuso a arredondado, cartáceo, levemente discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira, nervação bronquidódroma.
Inflorescência estaminada fasciculada, dispostas nas regiões axilares, com cerca de 8 a 11 flores; flores pistiladas solitárias, dispostas nas mesmas regiões axilares das inflorescências estaminadas. Brácteas 1–2 mm compr., lineares, glabras. Flores estaminadas: pedicelo 11–17 mm compr., glabro; sépalas 5, 1–1,5 mm compr., livres, oblongas, obovais a orbiculares, ápice obtuso, glabras, membranáceas, margem onduladas; pétalas 5, ca. 4 mm compr., obovadas, ápice obtuso, glabras, membranáceas, nervuras bem evidentes, margens onduladas; estames 5, ca. 1 mm compr., totalmente unidos, formando uma coluna, anteras com rimas horizontais; pistilódio 1, no topo da coluna estaminal, levemente arredondado, disco lobado. Flores pistiladas: pedicelo 23–25 mm compr., glabro; sépalas 5, 1
mm compr., livres, oblongas, ápice levemente obtuso, glabras, membranáceas, margens onduladas, pétalas 5, 2–3 mm compr., livres, elípticas, ápice arredondado, glabras, membranáceas, margens onduladas; disco cupuliforme; ovário 1-2 mm compr., liso, estiletes, 3, bífidos, livres, estigmas subcapitados.
Capsula 5–6 × 5–6 cm, globosa, superfície lisa, pedicelo 5–7 cm compr., glabro.
Sementes não observadas.
Distribuição e comentários: Astrocasia jacobinensis possui distribuição na Bolívia e Brasil (Webster 1992). No Brasil, tem ocorrência apenas para a região Nordeste na Bahia, onde é comumente encontrada em vegetações secas (Webster 1992). Entretanto, neste estudo (Fig. 3) foram encontrados registros para a região Sul baiana, em Florestas Ombrófilas. Além disso, a espécie é aqui reportada pela primeira vez para o estado de Sergipe, onde cresce em vegetações de Caatinga.
Coletada com flores e frutos nos meses de fevereiro a maio. Tem como características diagnósticas as folhas elípticas a levemente obovais, flores estaminadas em inflorescências fasciculadas, com 5 estames, unidos e flores pistiladas solitárias. Diferencia-se das demais espécies da área de estudo pela presença de pétalas bem desenvolvidas. Seu status de conservação na área de estudo é em perigo (EN), em virtude de possuir uma EOO de 3.532, 472 km2
e uma AOO de 16.000 km2 (IUCN 2001). Além disso, não foi encontrada em áreas de conservação na Mata Atlântica do Nordeste.
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.