Passifloraceae – Passiflora rhamnifolia

Trepadeira lenhosa, glabra, esparsamente pubescente apenas sobre as nervuras foliares; ramos com espinhos axilares; caule cilíndrico; com gavinhas lenhosas. Estípulas ca. 2 mm compr., caducas, setáceas, ápice agudo, margem lisa;

Pecíolo 0,8-2 cm compr., glândulas duas, inconspícuas, no ápice do pecíolo; lâmina 6,5-10,5 x 2,8-4,5 cm, inteira,
coriácea, peninérvia, 5-6 pares de nervuras secundárias; oval-oblonga a oval-elíptica, lúcida, ápice agudo a acuminado, base obtusa, margem lisa.

Pedúnculo 1,5-3,5 cm compr., solitário, articulado próximo à base; brácteas ca. 1 mm compr., caducas, alternas ao longo do pedúnculo. Flores 4-6 cm diâm., eretas; hipanto ca. 6 mm compr., cilíndrico-campanulado, glabro; sépalas 2-2,5 x 0,8-1 cm, oblongo-lanceoladas, verdes na face externa, alvoesverdeadas na interna; pétalas 1,5-2 x 0,8 cm, membranáceas, brancas; filamentos da corona amarelos com manchas vináceas, em duas séries, os da série externa ca. 1 cm compr., com filamentos dilatados e afilados no ápice, os da série interna 3-5 mm compr., filiformes, verrucosos no ápice; opérculo situado no meio do hipanto, ereto, filamentoso; límen presente; anel nectarífero presente; androginóforo 2-3 cm compr., vermelho-vináceo, dilatado na altura do opérculo; filetes esverdeados; anteras amarelas; ovário quadrangular, ovóide, fortemente sulcado, densamente ferrugíneo-tomentoso; estiletes verdes com manchas amareladas; estigmas verde-amarelados.

Baga (imatura) ca. 2,5-4 x 1,5-2,5 cm, elíptica, 6-costada.

Sementes ca. 5 mm compr., achatadas, alveoladas.

Segundo Killip (1938), a espécie é distribuída principalmente no Sudeste do Brasil, em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Bahia ocorre apenas na região da Chapada Diamantina, em campos rupestres e matas estacionais (Mapa 13), em altitudes de 900 a 1.450 m.s.n.m. Floresce de janeiro a junho, frutifica em dezembro.

Vitta (1995) tratou o material do Pico das Almas como P. pentagona Mast. Segundo Killip (1938), P. pentagona apresenta flores pêndulas e ovário 5-angulado, ao passo que P. rhamnifolia apresenta flores eretas ou ascendentes e hipanto circular ou sub-circular. Estas características diferenciais mostram-se instáveis nas populações da Chapada Diamantina. Toda a morfologia nos leva a reconhecer estas populações como P. rhamnifolia. Os dois síntipos, depositados originalmente no Herbário do Jardim Botânico de Berlin (B) foram destruídos. É provável que haja uma duplicata de um dos espécimes no herbário US.

Fonte: NUNES, T. S. A família Passifloraceae no Estado da Bahia, Brasil. 190f, il. Dissertação (Mestrado), Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas, 2002.

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