Trepadeira; ramo jovem pubérulo.
Estípula 0,5-1mm, setácea, decídua; pecíolo 2-2,5 cm, densamente pubérulo, com 1 par de nectários sésseis, elípticos, inconspícuos, no ápice; lâmina membranácea a cartácea, 5,5-9×4,3-6,4cm, oval, ovado-elíptica a suborbicular, ápice acuminado, às vezes arredondado, margem inteira, base arredondada, dorso pubérulo, ventre glabro, brilhante.
Flor 1 por nó, 3cm; pedicelo 2-3cm, articulado a 1-1,2cm; brácteas alternas, 1mm, setáceas, decíduas; hipanto 6×5mm, cilíndrico-campanulado; sépala 1,5-1,8×0,5cm, linearoblonga, dorso pubérulo e esverdeado, ventre glabro e alvo; pétala subigual à sépala, alva; corona em 2 séries, externa 1-1,2cm, subdolabriforme ápice verrucoso, interna 2mm, linear-clavada ou bífida; opérculo 2-3mm, membranoso com ápice filamentoso; nectário anular 4-5mm; límen
indistinto; androginóforo 1,5cm, com alargamento próximo ao meio; filete 7mm; antera 4mm; ovário 3-4mm, densamente pubérulo; estilete 5mm.
Baga 3,5×2,5cm, elíptica, amarelo-claro; semente 6×4×2mm, assimetricamente obovada-mucronulada, enegrecida, foveolado-muricada.
Esta espécie pode ser encontrada em São Paulo, onde está vulnerável à extinção, e Rio de Janeiro. D9, E8. Foi coletada com flor no mês de fevereiro.
P. pentagona é referida pela primeira vez para São Paulo e foi ilustrada por Masters (1872). No material Rocha 1080, os filamentos internos da corona quase não são capitados, enquanto no material Casari 837 são identemente capitados, até bifurcados. O material Pabst 4742 apresenta os filamentos internos da corona com ápice bífido, o que seria característico de P. alliacea Barb. Rodr. e de P. rhamnifolia Mast. Entretanto, Killip (1938) mencionou que esta característica parecia ser insuficiente para manter P. alliacea como espécie distinta de P. pentagona, sendo que Escobar (1994) não reconheceu a identidade de P. alliacea. Escobar (1994) considerou P. rhamnifolia como uma espécie boa, apesar de distinguila de P. pentagona apenas com base no número, admitindo sobreposição, e disposição das nervuras da lâmina, que seriam retilíneas e paralelas na primeira. Killip (1938) distinguiu P. rhamnifolia pela disposição ascendente das flores, em oposição às flores pêndulas de P. pentagona. Embora Masters (1872) também tenha usado a disposição das flores como caráter para distinção destas espécies, em sua ilustração de P. pentagona são representadas tanto flores pêndulas quanto ascendentes, sendo que o ápice da série interna da corona se apresenta dilatado e apenas levemente bifurcado. Estudos posteriores são necessários para esclarecer a identidade destas espécies.
Fonte: BERNACCI, L. C. Passifloraceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 247-274, 2003.