Passifloraceae – Passiflora malacophylla

Trepadeira inteiramente ocráceo-tomentosa.

Estípula 9-11×1mm, pinatissecto-capitada, cedo decídua; pecíolo 1,3-2,5cm, com 1 par de nectários curto-cilíndricos, acima do meio; lâmina membranácea, 6,3-10,4×(2,9)4,3-5,2(6,3)cm, ovadoelíptica, ápice afilado, margem serreada, base arredondada, subtriplinérvia. Pedicelo 1-2 por nó, 1,3-1,8(2,1)cm até a articulação; flores 5-8cm; brácteas, 3, verticiladas, 8-15×2-6mm, oblongo-onduladas; hipanto campanulado; sépala e pétala 3-3,5×1cm, estreito-oblongas, alvas; dorso da sépala carenado e com arista curta; corona em várias séries, externas 6-8mm, liguliformes, internas 2-3mm, filiformes; opérculo incurvo, 4-5mm, dilacerado na margem; nectário anular baixo; ovário ovóide, tomentoso – Killip 1938.

Baga vinácea.

Espécie rara, com registro para São Paulo, onde provavelmente encontra-se extinta, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina. E8: Mata Atlântica primária. Coletada com fruto em março.

Está sendo referida pela primeira vez para São Paulo. Foi ilustrada por Masters (1872) e Sacco (1980). Não existe
descrição para frutos e sementes. A confirmação da identificação é duvidosa, pois materiais foram coletados em frutificação (os frutos não foram localizados) e não dispõem de flores e brácteas, utilizados como caracteres distintivos em comparação com P. bahiensis Klotzsch (Killip 1938) e P. farneyi Pessoa & Cervi (1992). Entretanto é possível constatar que apresentam 1-2 flores por nó, distinguindo-se de P. bahiensis (em comparação a esta, as folhas são menores, não atingindo 10×7cm). A inserção das brácteas ocorre no ápice da articulação do pedicelo, enquanto em P. farneyi o pedicelo estende-se por 3-5mm acima das brácteas. Entretanto, para P. malacophylla, os pecíolos e estípulas foram descritos como menores, estípulas decíduas e sem referência de ocorrência de glândulas, que podem existir nas 2 outras espécies e que foram aqui observadas. A coleta D. Sucre 4586 (R) representa o registro de ocorrência para o Espírito Santo, o que é relatado pela primeira vez.

Fonte: BERNACCI, L. C. Passifloraceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 247-274, 2003.

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