Passifloraceae – Passiflora ischnoclada

Trepadeira lenhosa, glabra; ramos subcilíndricos.

Estípula 3-9mm, filiforme; pecíolo 0,9-1,6cm, com 1-2 pares de nectários (aquele mais próximo à lâmina, às vezes
incompleto) 1mm, estipitados; lâmina cartácea a coriácea (membranácea – Killip 1938), (3,9)4,9-7,4×2,3-5cm, ovada
(oblonga, ovado-lanceolada ou ovado-oblonga – Killip 1938), ápice agudo, curtamente mucronulado, margem inteira, base arredondada a subcordada, 1mm, peltada, discolor, dorso glauco-brilhante.

Flor solitária, 7,6cm, vistosas; pedicelo 5,8-10,3cm, articulado a 3-4(6)mm; brácteas verticiladas, 2,3-3,9×1,6-3,2cm, ovadas, ápice obtuso mucronulado, base arredondada a cordada, violetas a róseo-escuro; hipanto 6-9×8-11mm, campanulado; sépala 3,1-3,5×0,8-1,1cm e arista 1-2mm, oblonga, dorso rosa-claro com nervação rosa-escuro e ápice verde-amarelado; pétala 3-3,2×0,6-0,9cm, oblonga, rosa-claro; corona em 4 séries filiformes, externa ereta, 4mm, internas deflexas, 2 a 1mm, para o interior, com ápice côncavo-truncado; opérculo ereto, 1mm membranoso, 1mm filamentoso; 10 invaginações nectaríferas verticais, da base do hipanto até o opérculo; límen 1,5m; androginóforo 1,3-2,2cm; filete 0,8-1cm, antera 4-6mm; ovário 7-8×2mm, ovóide; estiletes 0,9-1,2cm.

Baga 3,1×2,2cm, ovada, odorífera, ainda imatura; semente 3×2mm, obovada, lisa, ainda imatura.

Registrada apenas para São Paulo, onde tem ocorrência limitada a Salesópolis (microendêmica), no leste do Estado,
encontrando-se em perigo de extinção. E8: borda de mata atlântica. Coletada com flor entre novembro e janeiro e
fruto imaturo em janeiro.

Assemelha-se a P. jilekii, com a qual Cervi (1997) sugeriu a sinonimização, entretanto, P. ischnoclada pode ser distinta mesmo vegetativamente por apresentar estípulas filiformes (Bernacci 2001). Não há referência ou coleta de frutos maduros e sementes. Embora na obra princeps o material-tipo tenha sido indicado como sendo do Brasil, São Paulo, Rio Claro, Santa Branca, ocorreu uma inversão na ordens das localidades, que se referem à comarca de Santa Branca, às margens do rio Claro. O rio Claro não atravessa o município de Santa Branca e sim o de Salesópolis, que pertence à comarca de Santa Branca. As coletas recentes foram realizadas na mesma área, no município de Salesópolis, na região leste do Estado, em mata atlântica. A espécie está sendo ilustrada pela primeira vez.

Fonte: BERNACCI, L. C. Passifloraceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 247-274, 2003.

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