Trepadeira herbácea, freqüentemente hirsuta e com tricomas glandulares capitados, de odor forte e desagradável na margem e dorso da lâmina, estípulas, pecíolo e brácteas.
Estípula 4-21×4-14(17)mm, com divisões, a central maior e pinatissecta, ou, todas filiformes, unidas na base; pecíolo
1,3-4,5cm; lâmina membranácea, 3,8-7,1(8,5)×3-6,5(7,6)cm, 3-lobada, hastado-serreada, base cordada, porção unida
1,2-2,8cm, lobo central 1,7-3,9×1,7-3,9cm, lanceolado, laterais 2-13×9-32mm, ovado-oblongos, divergindo a 85°-138°(144°).
Flor solitária, 3cm; pedicelo 1,5-4cm, articulado a 1mm; brácteas verticiladas, 1,7-3,7×1,1-2,6cm, 2-3-pinatisectas; hipanto 7×2mm, campanulado; sépala 9-10×3-4mm e arista 3-4mm, oblonga; pétala 8-10×2-4mm, oblonga, alva a lilás; corona em 4 séries, alvas a vináceas, 2 externas 4-8mm, filiformes, internas 0,5-1mm, capilares; opérculo ereto, 1,1-1,2mm, margem denticulada; nectário anular 0,2mm; límen 2mm, margem ondulada; androginóforo 7mm; filete 5mm; antera 3-5mm; ovário 4×2mm, elíptico; estilete 4mm.
Baga globosa ou subglobosa (amarela ou avermelhada – Killip 1938); semente 4,2-4,6×2-2,3×1,1mm, obovado-oblonga, ápice truncado ou apiculado, foveolada.
É mencionada para toda a América tropical e freqüentemente introduzida em outras regiões tropicais; em São Paulo ocorre na região central. B4, C5, C6, D5, D6, E5, E6: cerrado, beira de estrada até invasora. Coletada com flor entre setembro e abril e fruto entre novembro e julho. Os frutos são comestíveis.
Killip (1938) reconheceu 38 variedades para a espécie, que variam em relação à presença e tipo de pilosidade do ovário e outras partes da planta, divisões e arranjo das bractéolas, tamanho e cor das flores e frutos, tamanho do pedicelo e formato das folhas, entre outras. Para São Paulo está mencionada apenas a ocorrência de P. foetida var. foetida. Entretanto, alguns materiais diferiram um pouco da descrição de Killip (1938) e também dos outros materiais de São Paulo, mas não se enquadraram perfeitamente em outras variedades. O material Kirizawa 875 diferiu por ser mais delicado e apresentar o caule e ovário glabros. Os materiais Felippe 18 (SP) e Leitão Filho 295 diferiram por terem o ovário menos piloso e os lobos laterais da lâmina mais desenvolvidos. P. foetida foi ilustrada por Vellozo (1831), Deginani (2001) e Nunes & Queiroz (2001), que não reconheceram formalmente variedades. P. foetida var. foetida e P. foetida var. fluminensis foram ilustradas por Sacco (1980) e P. foetida var. nigelliflora, por Sacco (1980) e Cervi (1990). Killip (1938) sugeriu que a ilustração de P. polyaden Vell. (1831) corresponde a P. foetida var. foetida.
Fonte: BERNACCI, L. C. Passifloraceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 247-274, 2003.