Erva rupícola ou terrestre, 68,3–129,6 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 4,0–5,5 cm de compr., 0,8–1,9 cm de diâm., aéreos, ovados, 2-foliado, com bráctea foliácea e brácteas paleáceas.
Folhas paralelinérveas, 28,2–33,2 × 0,8–1,6 cm, alternas nãoespiraladas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração.
Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, 8–11–flora; pedúnculo 37,7–88,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 3–6, 8,0–14,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 26,6–41,3 cm de compr.; bráctea floral 3,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal pintalgada de castanho; pedicelo incluindo o ovário 17,0–19,0 mm de compr. Sépalas amarelas pintalgadas de castanho, membranáceas, margem ondulada, ápice agudo; laterais 7,0–10,0
× 2,0–3,0 mm, ovadas a lanceoladas, unidas na base angustada, glabras; mediana 7,0–9,0 × 2,0–4,0 mm, ovada a lanceolada, base angustada. Pétalas 6,0–8,0 × 3,0–4,0 mm, inteiras, amarelas pintalgadas de castanho, ovadas, membranácea, margem ondulada, ápice agudo, base angustada. Labelo trilobado, amarelo, membranáceo, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 3,0–4,0 × 3,0–5,0 mm, auriculares, erguidos, mais de 90º com lobo mediano; lobo mediano 10,0–11,0 × 12,0–16,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 4,0 × 2,0–2,5 mm, com projeção membranosa, ereta, superfície ventral plana; antena ausente. Antera 2,0 × 1,5 mm, sem apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais.
Fruto não visualizado.
Foi descrita em 1849 a partir de material coletado em Jacobina (Toscano de Brito & Cribb 2005). Ocorre na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina (Pabst & Dungs 1977) e Paraná (Angely 1965).
Na Chapada Diamantina é amplamente distribuída, com registros para a Serra do Sincorá (Harley & Mayo 1980), Catolés (Toscano de Brito & Queiroz 2003), Andaraí, Barra da Estiva, Ibicoara, Jacobina, Rio de Contas, Seabra
(Toscano de Brito & Cribb 2005), Mucugê (Azevedo & van den Berg 2007), Lençóis (Toscano de Brito 1998; Toscano de Brito & Cribb 2005) e Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005; Conceição et al. 2007;). Em Morro do Chapéu, Oncidium blanchetii foi encontrado em campo rupestre.
Floresce entre agosto e dezembro. As flores de Oncidium blanchetii possuem morfologia bastante variável,
principalmente quanto ao tamanho do labelo, chegando a dar a falsa impressão de se tratarem de espécies distintas (Toscano de Brito & Cribb 2005).
Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.