Erva terrícola e rupícola, 4-50 cm alt., ereta. Cauloma 3-42 cm compr., não intumescido em pseudobulbo, cilíndrico,
não ramificado. Rizoma 0,5-0,7 cm compr., cilíndrico, inconspícuo.
Folhas 0,5-10 × 0,4-3,4 cm, elípticas, oblongoelípticas, ápice arredondado ou obtuso, coriáceas, verdes. Corimbo 16,3-80 cm compr., congesto, ereto, glabro, 10-68 flores. Pedúnculo 13-69 cm compr., raque 1,6-17 cm compr.
Brácteas cartáceas, não imbricadas, glabras; as florais 0,2-4 × 0,1-0,7 cm, triangulares, cobrindo a base do pedicelo, ápice agudo; as do pedúnculo 1,3-5 × 0,3-0,7 cm.
Flores 1,4-2,5 cm compr., róseas. Ovário+pedicelo 0,3-1,8 cm compr., verde-arroxeados. Sépalas membranáceas, glabras; a dorsal 5-8 × 2-3,2 mm, oblanceolada ou oblongo-elíptica, ápice agudo; as laterais 6-8 × 2-4 mm, oblongo-subfalcadas, ápice agudo; pétalas laterais 5-8 × 1-3,5 mm, elípticas, 3-nervadas, ápice obtuso, membranáceas; labelo 3,3-7,3 × 3,8-8 mm, 3-lobado, plano, glabro, róseo-amarelado; lobos laterais 2-4 × 2,5-4 mm, suborbiculares, margem denticulada; lobo mediano 0,3-0,6 × 0,3-0,6 cm, deltoide, margem denticulada; calo 1-3 × 1-2 mm, amarelado, inteiro, recortado, carnoso. Coluna 3-4 mm compr., glabra, rósea. Antera ca. 2 × 2, oboval, ápice emarginado, verde-arroxeada. Polínias quatro, obovoides, monomórficas, amarelas.
Fruto ca. 3-4 × 1-2,6 cm, ovoide-elíptico, glabro, pendente, verde-amarelado e levemente arroxeado.
Segundo Dorr (2014), Epidendrum secundum é uma espécie Americana (Belize, Bolívia, Caribe, Colômbia, Costa
Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Estados Unidos e Venezuela). No Brasil é encontrada em todas as regiões e latitudes, a exceção dos Estados do Piauí, Acre, Rondônia, Maranhão e Rio Grande do Norte, compreendendo os domínios fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica (Barros et al. 2015, BFG 2018). No PNCV, foi encontrada em campos e cerrados rupestres com rupícola, e em matas de galeria e em suas proximidades como epífita, com flores e frutos entre novembro e julho, apesar de ser encontrada com flores em outros períodos do ano, sobretudo, em meses mais chuvosos. Pode ser reconhecida pelo cauloma cilíndrico, não intumescido em pseudobulbo, folhas elípticas e oval-lanceoladas, inflorescência em corimbo com flores róseas, labelo 3-partido, lobos laterais e mediano com margem denticulada, calo amarelado, e cápsulas pendentes e glabras.
Relaciona-se morfologicamente com E. denticulatum Barb. Rodr., táxon que, apesar de não citado entre os aqui
estudados, é confundido, pois cresce como terrícola ou rupícola em habitats semelhantes, apresenta o cauloma
cilíndrico, folhas oval-lanceoladas e elípticas, coriáceas e flores róseas com labelo 3-lobado. Todavia, podem ser
diferenciados pela morfologia floral, sobretudo, do labelo, onde E. secundum apresenta calo inteiriço (vs. formado
por duas saliências ovoides e uma lamela em sua porção mediana, em E. denticulatum), irregularmente recortado
(vs. não recortado) e amarelado (vs. branco).
Epidendrum secundum conforme Hágsater (1985) e Stancik et al. (2009), encontra-se inserido no Grupo Denticulatum, que reúne táxons com hábito cespitoso, dotados de inúmeras folhas coriáceas, pedúnculo longo
e inflorescência com flores vistosas e polinário composto por caudículas granulosas. Segundo Pinheiro et al. (2009)
e Rabelo (2016), esta espécie compreende um complexo específico denominado de Complexo E. secundum, o qual
compreende, dentre outras: E. denticulatum Barb. Rodr., E. elongatum Jacq., E. ansiferum Rchb. f., E. versicolor
Hoehne & Schltr., e E. xanthinum Lindl.), espécies crípticas, polimórficas e com ampla plasticidade fenotípica (Brieger 1976-1977, Dunsterville 1979, Hágsater 1985, Pinheiro et al. 2009, Stancik et al. 2009, Rabelo 2016).
Fonte: SANTOS, I. S. dos. & SILVA, M. J. da. Epidendrum L. (Orchidaceae, Epidendroideae) no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Estado de Goiás, Brasil. Rev. Hoehnea, n. 47, 9 fig., 2020.