Orchidaceae – Cyrtopodium saintlegerianum

Erva epífita 110,0–380,0 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbo 58,0–72,0 cm de compr., 2,7–2,8 cm de diâm., aéreo, fusiforme, 8–10-foliado, com brácteas paleáceas.

Folhas paralelinérveas, 65,8–69,0 × 2,5–3,5 cm, alternas dísticas, lanceoladas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração.

Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, com mais de 30 flores; pedúnculo 67,2–68,3 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 6–7, 110,0–147,0 mm de compr., ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada; raque 31,2–39,2 cm de compr.; bráctea floral 24,0–30,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 10,0–32,0 mm de compr. Sépalas amareladas pintalgadas de vináceo, membranáceas, margem ondulada, ápice obtuso; laterais 13,0 × 9,0–10,0 mm, ovadas, separadas, glabras; mediana 12,0–16,0 × 7,0–9,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 11,0–15,0 × 9,0–11,0 mm, inteiras, amareladas com pintas castanhas espaçadas, ovadas, membranáceas, margem inteira, ápice obtuso inteiro, base truncada. Labelo trilobado, amarelo com detalhes vermelho, suculento, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 6,0–7,0 × 6,0–10,0 mm, auriculados, dobrados, ca. de 45º com lobo mediano; lobo mediano 9,0–13,0 × 8,0–14,0 mm, reniforme; calcar ausente. Coluna 8,0 × 4,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 2,9–4,0 × 2,5–3,0 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais.

Fruto não visualizado.

Esta espécie foi descrita em 1885 e ocorre na Bahia, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso (Pabst & Dungs 1975).

Na Chapada Diamantina está sendo registrada pela primeira vez no município de Morro do Chapéu, embora acreditemos na sua ocorrência nos municípios de Abaíra, Palmeiras e Paramirim, áreas citadas para a ocorrência de Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne que Toscano de Brito & Cribb (2005) acredita englobar o C. saintlegerianum, opinião que não é compartilhada por Hoehne (1942) que considera o C. gigas, C. punctatum Lindl. (com distribuição geográfica na América Central) e o C. saintlegerianum bastante distintos entre si no interior do Brasil, consideração refletida também por Menezes (2000) que trata essas duas espécies separadamente.

No município de Morro do Chapéu foi coletada em Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri) em área de caatinga exposta ao sol. Floresce de setembro a novembro.

Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.

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