Terrícola ou rupícola, ca. 1 m alt. Cauloma intumescido em pseudobulbo; pseudobulbos ca. 20 cm compr., fusiformes, multifoliados.
Folhas ausentes na floração, herbáceas, plicadas, com várias nervuras longitudinais proeminentes, dísticas.
Inflorescência em racemo ou panícula, lateral, ca. 1 m compr., multiflora. Flores ressupinadas, pediceladas, ecalcaradas; sépalas amarelo-pálidas com máculas castanhas, dorsal ca. 1,7 × 1 cm, elíptica, ápice agudo; laterais ca. 1,7 × 1 cm, elípticas, ápice agudo; pétalas amarelo-pálidas com máculas castanhas, ca. 1,2 × 1 cm, orbiculares, ápice arredondado; labelo amarelo, ca. 1,8 × 1,6 cm, trilobado, com calos na região central, lobo mediano ca. 0,9 × 1,5 cm, deltoide, lobos laterais castanhos, ca. 6 × 5 mm, obovados; ginostêmio verde, ca. 7 mm compr.
Cyrtopodium eugenii está distribuído pela Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, ocorrendo também na Bolívia (RomeroGonzález et al. 2008). Espécie coletada nos campos rupestres do PESCAN e vista em flor entre os meses de abril e agosto.
Cyrtopodium eugenii é uma das espécies do gênero mais afetadas pelos efeitos das queimadas, pois apesar de sua parte vegetativa ser resistente ao fogo, floresce na época da seca, tendo sua inflorescência destruída pelas queimadas (Menezes 2000), fato também observado no PESCAN durante o presente estudo. Diferencia-se de Cyrtopodium
paludicolumHoehne pelo padrão de coloração da flor que possui o labelo amarelo-vivo com lobos laterais castanhos e os outros verticilos amarelo-pálidos com máculas castanhas. A flor de C. eugenii também é, de maneira geral, menor que a de C. paludicolum apresentando, por exemplo, labelo ca. 1,8 × 1,6 cm.
Fonte: HALL, C. F.; KLEIN, V. L. G. & BARROS, F. de. Orchidaceae no município de Caldas Novas, Goiás, Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 64, n. 4, p. 685-704, 2013.