Erva epífita, 39,8–86,3 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbo 26,3–56,5 cm de compr., 0,5–0,6 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 2–foliado, com brácteas paleáceas.
Folhas paralelinérveas, 12,0–14,5 × 3,4–4,8 cm, alternas espiraladas, elípticas a ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice obtuso, base truncada, presentes durante a floração.
Inflorescência terminal ao pseudobulbo, ereta, sem keikis, 1–3-flora; pedúnculo 13,3–19,5 cm de compr., verde; brácteas do pedúnculo 2–3, 3,0–5,0 mm de compr., lanceoladas, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque inconspícua a 2,5 cm de compr.; bráctea floral 3,0–5,0 mm de compr., lanceolada, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 33,0–47,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas a acastanhadas, oblongas, suculentas, margem inteira, ápice agudo; laterais 44,0–50,0 × 14,0–15,0 mm, separadas na base truncada, glabras; mediana 48,0–65,0 × 12,0–18,0 mm, base truncada. Pétalas 45,0–54,0 × 14,0–24,0 mm, inteiras, esverdeadas a acastanhadas, ovadas, suculentas, margem ondulada, ápice agudo, base truncada. Labelo trilobado, rosa, suculento, glabro, com calosidade verrucosa, sem fímbrias; lobos laterais 30,0–35,0 × 11,0–13,0 mm, ovados, dobrados sobre a coluna, menos de 90º com lobo mediano; lobo mediano 20,0–24,0 × 21,0–26,0 mm, cordiforme; calcar ausente. Coluna 25,0–26,0 × 7,0–9,0 mm, sem projeções, encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada.
Fruto não visualizado.
Foi descrita por Campacci & Vedovello em 1983 de material coletado por Arnaldo Martinho em cultivo em Pernambuco. Verificando o material tipo, encontramos dois materiais do mesmo coletor registrados sob o número SP 274802. Um deles cita a localidade no município de Morro do Chapéu, Bahia (II.1982).
O segundo material (6.III.1982), cita somente Pernambuco, sem localidade, que floresceu em cultivo, e correponde à publicação original, a qual não menciona o município de Morro do Chapéu (Campacci & Vedovello 1983).
Devido às discrepâncias nas etiquetas, apenas este segundo material pode ser considerado holótipo, porém a existência do outro material, depositado simultaneamente, sugere que esta planta que floresceu em cultivo em Pernambuco também seja oriunda de Morro do Chapéu.
Aparentemente endêmica da Chapada Diamantina, C. tenuis foi encontrada nos municípios de Abaíra, Palmeiras e Rio de Contas (Cruz et al. 2003; Toscano de Brito & Cribb 2005), não sendo coletada por nós em Morro do Chapéu onde parece estar extinta (Cruz et al. 2003).
Encontrada com flor entre fevereiro e abril. Lembra Cattleya elongata (Cruz et al. 2003) e quando ocorrem em uma mesma área podem cruzar produzindo plantas intermediárias, o híbrido C. × tenuata (Braem 1995 apud Toscano de Brito & Cribb 2005). É similar a Cattleya bicolor Lindl. mas difere desta pela presença de lobos laterais do labelo (Castro Neto & Campacci 2006).
Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.