Erva epífita, 40,0–55,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo dos pseudobulbos. Pseudobulbos 10,0–15,6 cm de compr., 1,6–2,2 cm de diâm., aéreos, cônicos, 2–8- foliados, com brácteas paleáceas.
Folhas paralelinérveas, 21,0–32,1 × 3,8–5,8 cm, alternas dísticas, ovadas, face adaxial e abaxial verde sem máculas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, presentes durante a floração.
Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 13 flores; pedúnculo 16,0–23,0 cm de compr., esverdeado; brácteas do pedúnculo 5, ca. de 11,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 13,8–14,5 cm de compr.; bráctea floral ca. de 1,0 mm de compr., oblongas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 27,0–31,0 mm de compr. Sépalas esverdeadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo; laterais ca. de 26,0 × 14,0 mm, ovadas, separadas, base truncada, glabras; mediana 23,0 × 10,0 mm, ovada, base truncada. Pétalas 24,0 × 14,0 mm, inteiras, esverdeadas, ovadas, membranáceas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, esverdeado, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 10,0 × 11,0 mm, arredondados, dobrados para dentro, 90º com lobo mediano; lobo mediando 12,0 × 12,0 mm, ovado; calcar ausente. Coluna 13,0 × 5,0 mm, com projeções lineares, encurvada, superfície ventral depressa; antenas 2, ca. de 15,0 mm.
Antera 71,0 × 28,0 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, ovais.
Fruto 7,7 × 3,0 cm sem incluir rudimentos florais.
Essa espécie foi descrita em 1824. É conhecida dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Pabst & Dungs 1975). Na Chapada Diamantina há registros nos municípios de Abaíra, Andaraí, Lençóis, Morro do Chapéu, Palmeiras, Piatã (Toscano de Brito & Cribb 2005).
No município de Morro do Chapéu foi encontrada em áreas de caatinga como epífita sobre Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri). Encontrada com flor de junho a agosto.
Essa espécie é muito semelhante a C. luridum (Link.) Lindl. que também ocorre como epífita em Syagrus coronata (Mart.) Becc. (licuri) mas difere desta pelo labelo cujo lobo mediano prolonga-se em forma de bico.
Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.