Orchidaceae – Bifrenaria tyrianthina

Erva rupícola, 31–41,5 cm de compr., crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do pseudobulbo. Pseudobulbos 7–8 cm de compr., 1,3–2,0 cm de diâm., aéreos, cônicos-tetrágonos, 1–foliados, com brácteas paleáceas.

Folha paralelinérvea, 17,5–23,0 × 5,7–6,3 cm, isolada, ovada, face adaxial e abaxial verde sem máculas, coriácea, ápice agudo, base angustada, presentes durante a floração.

Inflorescência saindo da base do pseudobulbo, pendente, sem keikis, ca. de 2 flores; pedúnculo 8,3–10,0 cm de compr., cor não visualizada; brácteas do pedúnculo 3–4, ca. de 30,0 mm de compr., oblongas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 7,6–9,9 cm de compr.; bráctea floral 17,0–20,0 mm de compr., lanceolada, paleácea, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo incluindo o ovário 40,0–60,0 mm de compr. Sépalas purpura, cartáceas, margem inteira, ápice obtuso acuminado; laterais 38,0 × 21,0 mm, oblongas, unidas na base truncada, glabras; mediana 39,0 × 26,0 mm, oblonga, base truncada. Pétalas 31,0 × 19,0 mm, inteiras, purpura, ovadas, cartáceas, margem suavemente crenada, ápice obtuso, base truncada. Labelo trilobado púrpuro, coriáceo, piloso, com calosidade linear, sem fímbrias; lobos laterais 23,0 × 8,0 mm, auriculados, suavemente dobrado para dentro, 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,5 × 1,9 mm, lunado; calcar 37,0 × 5,0 mm, cilíndrico. Coluna 16,0 × 6,0 mm, sem projeções, suavemente encurvada, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera não visualizada.

Frutos não visualizados.

Foi descrita em 1850 no gênero Lycaste Lindl., sendo transferida para o gênero Bifrenaria em 1854. Nativa dos campos rupestres brasileiros, ocorre na Bahia, Minas Gerais, São Paulo (Koehler & Amaral 2004), Espírito Santo e Rio de Janeiro (Pabst & Dungs 1977). Habita os campos rupestres das porções mineira e baiana da Cadeia do Espinhaço (Castro Neto & Campacci 2006), sendo encontrada na Chapada Diamantina nos municípios de Abaíra, Ibicoara, Morro do Chapéu, Palmeiras (Toscano de Brito & Cribb 2005) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005). Foi encontrada em Morro do Chapéu em afloramentos rochosos de campo rupestre.

Floresce no mês de setembro. Pabst (1976) elevou uma das variedades de B. tyrianthina para o nível de espécie
(B. magnicalcarata (Hoehne) Pabst). Em revisão completa do gênero Koehler & Amaral (2004) indicaram que esta variante nada mais é que uma das muitas formas de B. tyrianthina, delimitação seguida por Castro Neto & Campacci (2006) e Toscano de Brito & Cribb (2005). Bifrenaria tyrianthina é comumente confundida com B. harrisoniae (Hook.) Rchb.f., mas pode ser distinguida dela por apresentar viscidium inteiro e coluna paralela ao labelo, além de B. harrisoniae ter uma distribuição mais ampla que B. tyrianthina (Koehler & Amaral 2004).

Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.

Deixe um comentário