Árvores ou arbustos 2–4 m alt.; ramos jovens castanhos, glabros, os adultos acinzentados. Catafilos 1–3 × 1,1–2 mm, côncavos, glabros ou pilosos, ápice agudo ou arredondado.
Folhas com pecíolo 1,4–3,8 × 0,6–0,9 mm, canaliculados, puberulentos; lâmina 2–5,5 × 1,4–4 mm, cartácea a coriácea, lanceolada, ovada, elíptica, plana, reticulada, glabra, glândulas sulcadas em ambas as faces (não visíveis a olho nu), ápice agudo, acuminado ou obtuso, base arredondada, cuneada ou aguda, margens levemente revolutas;
venação broquidódroma, nervura central sulcada no terço proximal, impressa no restante da face adaxial e saliente na face abaxial, glabra em ambas as faces, 9–15 pares de nervuras secundárias, ascendentes, glabras, nervura intramarginal formada pelos arcos das nervuras secundárias.
Inflorescências com 2–4 flores; pedicelos 1,5–3 cm compr.; brácteas não vistas; bractéolas ausentes. Flores com lobos do cálice iguais, 3,3–3,9 × 1,8–2,8 mm, oblongos ou deltoides, ciliados, ápice arredondado ou agudo, com tricomas esparsos, glândulas na face externa; pétalas 7–8 × 2–3,6 mm, espatuladas ou clavadas, ciliadas, glabras, ápice arredondado, eglandulosas; disco estaminal 2–2.7 mm, pubescente; estames 58–65, 3–6 mm compr.; hipanto
1,2–1,6 × 1,2–1,4, costado, glabro, glanduloso.
Frutos 1–1,5 × 1,1–1,3 mm, globosos, costados, verrucosos, verdes passando a vermelho-alaranjados quando maduros, glandulosos; sementes 2–4, 7,1–7,7 × 5–7,3 mm, testa com poucos tricomas.
Eugenia uniflora distribui-se do norte do Uruguai e Argentina ao Brasil (Legrand & Klein 1969), do Rio Grande do Sul à Bahia, em cerrados, matas ciliares, florestas perenifólias, florestas estacionais semideciduais, florestas ombrófilas, florestas ombrófilas mistas e restingas (Flora do Brasil 2020). D4, E8, E9, F6, F8, G8, G8 e J8: em florestas estacionais, caatingas, matas higrófilas, restingas e áreas urbanas. Floresce de julho a fevereiro e frutifica de novembro a fevereiro.
Eugenia uniflora pode ser reconhecida pelos ramos e hipanto glabros e frutos costados, bem como pelas folhas lanceoladas, ovadas ou elípticas, glabras na face adaxial, com nervura central não saliente na face adaxial e ausência de nervuras intramarginais e marginais. Conhecida como pitanga, é bastante cultivada em razão de suas propriedades medicinais e frutos comestíveis (Souza & Morim 2008). Na Bahia, a maior parte dos materiais nos herbários foi coletada em áreas antropizadas, sugerindo que a ocorrência e distribuição desta espécie no estado seja resultado de ação antrópica.
Fonte: COUTINHO, K.; OLIVEIRA, M. I. U. de.; MAZINE, F. F. & FUNCH, L. S. Flora da Bahia: Eugenia sect. Eugenia (Myrtaceae). Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas, v.17, n.10, p. 01-14, 2017.