Árvores ou arbustos 2,2–20 m alt.; ramos jovens acastanhados, puberulentos, tricomas canescentes. Catafilos 2–7 × 2–4,5 mm, deltoides ou elípticos, ciliados, pilosos, ápice arredondado.
Folhas com pecíolo 3,2–9,6 mm compr., glabro; lâmina 5,7–12,5 × 3,9–2,6 cm, cartácea, elíptica ou obovada, plana, pouco reticulada, pubérula em ambas as faces, raramente pilosa quando jovem, pontuações translúcidas impressas (não visíveis a olho nu), ápice acuminado, base aguda, margens pouco revolutas; venação acródroma, nervura central sulcada na face adaxial, saliente na abaxial, glabra, 16–22 pares de nervuras secundárias, glabras, ascendentes, pouco visíveis na face abaxial, todas confluentes com a intramarginal, 2 nervuras intramarginais de cada lado, a mais interna 1–3 mm distante da margem, a mais externa 0,4–0,7 mm distante da margem.
Inflorescências com 1–4 flores; pedicelos 2,6–3,5 cm compr., glabros; brácteas 0,6–2,7 cm compr., elípticas, naviculadas ou involucradas, ápice arredondado, pilosas na face externa. Flores com lobos do cálice desiguais, os maiores 6–7 × 3,5–4 mm, os menores 4–5 × 2–3 mm, deltoides ou oblongos, inteiros, face externa pubérula, ápice agudo, tricomas canescentes; pétalas 0,9–1,2 × 0,4–0,6 mm, ovadas, glabras, revolutas, ápice arredondado, glandulosas; disco estaminal ca. 4 mm diâm., piloso; estames ca. 50, 3,2–5 mm compr.; hipanto 2–3 × 1,9–2,8 mm, liso, piloso, glanduloso.
Frutos ca. 2 × 2 cm, lisos, globosos, verrucosos, atropurpúreos, glabros, com pontuações; semente 1, ca. 1,3 × 1 cm, glandulosa.
Eugenia brasiliensis é exclusiva da Mata Atlântica, ocorrendo de Santa Catarina a Bahia (Sobral et al. 2017). F7, F8, G8, H8 e I8: em florestas ombrófilas, matas higrófilas e restingas. Foram encontrados, também, três espécimes em área de caatinga, associados a áreas antropizadas, possivelmente cultivadas pelos frutos comestíveis in natura (Lorenzi et al. 2006; Souza & Morim 2008). A floração ocorre de setembro a março e a frutificação entre janeiro e
março.
Eugenia brasiliensis pode ser reconhecida pelas folhas elípticas, com nervuras secundárias e intramarginais evidentes na face adaxial. Além disso, o tamanho (0.6–2.7 cm compr.) associado à forma (elípticas, naviculadas ou involucradas) de suas brácteas permite diferenciá-la das demais espécies da seção. Eugenia coccinea, por exemplo, possui brácteas de 0,7–0,9 cm de comprimento, se sobrepondo às de E. brasiliensis, porém apresentam forma diferente linear.
Fonte: COUTINHO, K.; OLIVEIRA, M. I. U. de.; MAZINE, F. F. & FUNCH, L. S. Flora da Bahia: Eugenia sect. Eugenia (Myrtaceae). Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas, v.17, n.10, p. 01-14, 2017.