Arbusto a arvoreta, ca. 3-10m alt. Ramos glabros, esfoliantes em placas longitudinais irregulares, castanho-acinzentados; os mais jovens comprimidos lateralmente, pubescentes.
Folhas elípticas a ovadas; base obtusa a aguda; ápice agudo a acuminado; margem lisa, freqüentemente revoluta; lâmina (15-)25-55×(05-)15-20mm, razão foliar 1,5-2,8, membranácea a cartácea, concolor a discolor, glabra,
excepcionalmente com pêlos apenas na nervura central, duplo-limbinérvea; nervura central adaxialmente sulcada e abaxialmente proeminente; pecíolo 4-6mm compr., sulcado adaxialmente, pubérulo.
Flores 2-6, em racemos axilares ou terminais; eixo 2-4mm compr. até quase ausente, piloso; ferofilos triangulares,
pardacentos, pubescentes; antopódio 10-35mm compr., glabro, brilhante, esverdeado no material herborizado;
profilos ca.1,4×0,9mm, ovados, ápice agudo, persistentes; botões florais 4-6mm compr. globosos, fechados parcialmente pela concrescência dos lobos calicinais que se rasgam irregularmente na antese em 4 lobos; lobos do cálice desiguais, os maiores ca. 3,8×3,8mm, os menores ca. 2,5×2,8mm, ovados, ápice obtuso; pétalas 4, ca. 7,5×6,5mm; disco estaminal glabro, quadrangular; estames de 4-6mm compr.; hipanto glabro, pouco elevado; estilete 5-7mm compr., glabro; ovário bilocular, lóculos multiovulados.
Frutos globosos, 10-20mm diâm., vermelho-escuros quando maduros.
Sementes castanho-claras, rugosas, com óvulos abortados aderidos à parede do ovário; testa quebradiça; embrião de cotilédones conferruminados.
Caracteres diagnósticos – C. psidiiflorus apresenta folhas de cartáceas à coriáceas e quase avenais e opacas em ambas as faces. O par de nervuras secundárias basais se fecham em laços apenas a partir da metade superior da folha formando uma nervura marginal.
Ecologia – Foram encontradas flores de janeiro a março e de julho a novembro; e frutos em fevereiro, março e de setembro a dezembro, sendo esta a espécie que maior número de meses abrangeu em estádio reprodutivo e também a que mais ampla distribuição alcançou na área. Densas populações de indivíduos arbustivos e com cerca de 2m alt. foram observados nos terrenos íngremes da margem esquerda do rio Paraná. Por outro lado, indivíduos com cerca de 8-10m alt., isolados e reunindo grande quantidade de juvenis no subosque estiveram presentes nos remanescentes
florestais menos perturbados.
Distribuição geográfica: no Brasil, sua ocorrência é citada para os Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, alcançando, também a Argentina, Paraguai e Uruguai (Legrand & Klein 1972; Rotman 1982; Soares-Silva 2000).
Fonte: ROGMANOLO, M. B & SOUZA, M. C. de. Os gêneros Calycorectes O. Berg, Hexachlamys O. Berg, Myrcianthes O. Berg, Myrciaria O. Berg e Plinia L. (Myrtaceae) na planície alagável do Alto Rio Paraná, Brasil. Rev. Acta bot. bras, v. 18, n. 3, p. 613-627, 2004.