Árvores 8–12 m alt.; ramos glabros.
Folhas 5,5–30 x 2–8 cm, 3 nervuras levemente suprabasais (0,1–0,6 cm acima da base) livres, margem glabra, face abaxial glabra. Panículas dicasiais 14–18 cm compr., terminais.
Flores 6-meras. Hipanto 8–10 mm compr., externamente glabro. Cálice persistente; tubo ca. 3 mm compr., lobos
pequenos, ca. 0,2 mm compr., dentes externos ausentes. Estames 18–25; anteras 6–9 mm compr., uniporadas, amarelas; conectivo não prolongado abaixo das tecas, inapendiculado ou com dois pequenos dentes dorsais.
Ovário com ápice glabro; estilete filiforme, sigmoidal e glabro.
Miconia michelangeliana é endêmica do Espírito Santo, encontrada somente no município de Santa Teresa em topos de morro, de 900-950 m de altitude. Coletada com flores em março e frutos de maio a julho.
As folhas glabras, flores grandes com 6 pétalas e 18-24 estames amarelos e o ápice do ovário glabro são características diagnósticas de M. michelangeliana (Goldenberg & Kollmann 2010). A espécie assemelha-se a outras que também ocorrem no Espírito Santo e possuem flores grandes. Miconia dodecandra e M. mirabilis também são 6-meras, porém suas folhas são revestidas por tricomas estrelados, M. staminea possui flores 5-meras e M. holosericea possui folhas densamente pilosas e estames roxos.
Fonte: BACCI, L. de. F. Miconia Ruiz & Pav. (Melastomataceae) no Estado do Espírito Santo, Brasil. 163f. Dissertação (Mestrado), Pós-graduação em Botânica do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.