Arbustos a árvores 2–15 m alt.; ramos com tricomas estrelados.
Folhas 8–20 x 2–6 cm, 3+2 nervuras basais livres, margem glabra, face abaxial com tricomas estrelados concentrados nas nervuras, superfície visível. Panículas dicasiais 4–14 cm compr., laterais e terminais.
Flores 5-meras. Hipanto 1–2 mm compr., externamente com tricomas estrelados. Cálice caduco; tubo 0,2–0,4 mm compr., lobos ca. 0,5 mm compr., dentes externos não visíveis. Estames 10; anteras ca. 1 mm compr., com uma abertura longitudinal, alcançando 1/3 do comprimento total das tecas, brancas; conectivo curtamente prolongado abaixo das tecas, com calcar dorsal e duas pequenas projeções ventrais.
Ovário com ápice glabro; estilete filiforme, glabro.
Miconia latecrenata ocorre em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Goldenberg & Caddah 2015). No Espírito Santo é encontrada em floresta ombrófila densa montana, floresta estacional semidecidual e matas de encosta. Coletada com flores em abril a setembro e frutos de abril a julho e em outubro, novembro e janeiro.
Miconia latecrenata caracteriza-se pelas inflorescências laterais e terminais, face abaxial da folha revestida por tricomas estrelados esparsos e anteras deiscentes por uma abertura longitudinal de até 1/3 do tamanho total da antera. É semelhante a M. tristis, que também possui inflorescências laterais e terminais, porém esta possui anteras
deiscentes por poros apicais e superfície abaxial da folha glabra. Sobre outras espécies com anteras com aberturas longitudinais, ver comentários em M. kollmannii.
Fonte: BACCI, L. de. F. Miconia Ruiz & Pav. (Melastomataceae) no Estado do Espírito Santo, Brasil. 163f. Dissertação (Mestrado), Pós-graduação em Botânica do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.