Subarbusto, ca. 1 m de alt.; caule quadrangular, ramos 0,9-1,9 cm compr., tricomas seríceo a hirsuto.
Folhas pecíolos 0,3 cm compr., lâmina foliar 0,9-3,1 x 0,5-1,9 cm, ovadas, ápice atenuado, base arredondada, margem inteira, com tricomas seríceo a estrigoso em ambas as faces, venação acródroma, 3-5 nervuras.
Inflorescência paniculada curta. Flores pentâmeras, prefloração valvar, pedicelo ca. 1,2 mm compr., hipanto ca. 6,1 mm compr., seríceo, cálice 5 lobos, 7-8 mm, de tamanho desigual, lacínias do cálice ca. 3 mm compr.; pétalas rosas, ca. 8 mm compr.; estames 10, dimorfos, livres, filetes purpura, ca. 4 mm compr., 5 anteras amarelas ca. 2 mm compr., conectivo prolongado, apêndice ventral bilobado, 5 anteras purpura, ca. 3 mm compr., corrugadas, conectivo levemente prolongado, apêndice bilobado, dorsifixa; ovário súpero ca. 3 mm compr., placentação axilar, estilete purpura ca. 4 mm compr., estigma punctiforme.
Fruto cápsula, ovóide, ca. 7×5 mm, sericeo, cálice persistente, pedúnculo ca. 5 mm compr., glabro.
Sementes numerosas, oval-elipsóide, ca. 0,5 mm compr.
Amplamente distribuída na América do Sul (Martins 2009), Desmoscelis villosa ocorre em seis estados da região Norte, apenas quatro da região Nordeste, sendo eles, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí, dois da região Sudeste, e os quatro do Centro-Oeste. Há registros de ocorrência para os domínios da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2018).
As características que diagnosticam essa espécie são: hábito subarbustivo ou herbáceo, presença de tricomas seríceos a estrigosos em todas as estruturas e flores com dez estames dimorfos, sendo que, metade deles são menores, com anteras de coloração amarela, e a outra metade são maiores, com anteras de coloração purpura, dessa forma, caracterizando a heteranteria. Essa variação nas cores é aplicada em relação a visibilidade das anteras, onde a cor amarela as torna mais visíveis, e a cor purpura as camufla, direcionando o pólen (Lunau 2000; Heuschen et al. 2005). Habitualmente encontradas em solo arenoso, próximos a locais úmidos, brejosos em área de cerrado (Ferreira & Araújo 2016; Martins 2009). No presente trabalho, foi encontrada com frutos no mês de novembro e flores de novembro e dezembro. Coletada margeando a beira do lago, área alagada, solos encharcados e com a parte basal do caule parcialmente imersa pela água.
Fonte: SOUZA, L. D. de. A família Melastomataceae na flora aquática e palustre do Recôncavo da Bahia, Brasil. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação de Bacharelado em Biologia), Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas – BA, 2019.