Subarbustos a ervas 0,2-0,5 m alt.; ramos tomentosos, inermes, com tricomas simples e estrelados.
Folhas estipuladas, pecíolo 5,0-10,0 mm compr., tomentoso, lâmina 5,0-10,5 × 2,5-5,0 cm compr. × larg., discolor, subcoriácea, oval-oblonga a oblonga, ápice agudo a obtuso, base arredondada a subcordada, margem irregularmente serreada, face abaxial densamente tomentosa com tricomas simples e estrelados, face adaxial levemente tomentosa;
estípulas 1,0-2,0 mm compr.
Inflorescência cimeiras numerosas, globeruliformes, pedunculadas a subsésseis, terminais, portando muitas flores. Flores heterostílicas; cálice 5,0-6,0 mm compr., tubuliforme, externamente tomentoso, com tricomas estrelados,
raramente com tricomas simples, lobos triangulares, agudos, ciliados, com nervuras vináceas não proeminentes; pétalas alaranjadas, unha 1,6-2,0 mm compr., lâmina 6,5-7,5 mm compr.; forma brevistila: tubo estaminal 2,5-4,0 mm compr., estames parcialmente conatos, porção livre 1,0-2,0 mm compr., estilete 2,0-3,0 mm compr., ovário 0,8-1,5 mm compr.; forma longistila: tubo estaminal 4,0-5,0 mm compr., filetes conatos até o ápice; estilete 4,5-5,5(-8,0) mm compr., ovário 1,5-2,0 mm compr.
Fruto cápsula 5,5-6,0 mm compr., vilosa, apiculada no ápice, com tricomas simples e longos; sementes 1 por fruto, 3,0-4,0 mm compr., obovoides, glabras.
Waltheria communis é outra espécie amplamente distribuída, ocorrendo por toda a região Neotropical, com registros por todas as regiões do Brasil, principalmente nas áreas abertas ou sazonalmente secas, campestres e no Cerrado lato
sensu. Na Serra do Cipó não é frequente, encontrada apenas uma vez crescendo sobre rochas no campo rupestre.
A espécie apresenta ampla variabilidade infraespecífica, sobretudo nos caracteres vegetativos (Fig. 5); a sua classificação é confusa e precisa ser revisitada, dado também a grande variabilidade fenotípica entre os espécimes. Schumann (1886) na Flora Brasiliensis, por exemplo, reconhece oito variedades com base em caracteres subjetivos e muito variáveis (pilosidade das folhas e tamanho dos pecíolos e estípulas) e que demandam revisitação minuciosa. Neste trabalho, essa espécie foi tratada apenas no seu nível específico.
Fonte: COLLI-SILVA, M.; ESTEVES, G. L. & DUARTE, M. C. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Byttnerioideae, Helicterioideae e Sterculioideae (Malvaceae). Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 37, p. 27–48, 2019.