Árvores 10-28m, sapopemas ca 1,5m.
Folhas 5-7-folioladas; pecíolos 4-13,5cm, nectários 0,5-1cm; peciólulo 0,6-1,5cm; folíolos 3,5-14×1,2-5,2cm, oblongos a elípticos, raro obovados, ápice agudo a acuminado, apiculado, apículo ca. 5mm, base aguda, decorrente, margem levemente serreada, às vezes serreada somente na porção apical, glabros em ambas as faces, raramente com 1 nectário na nervura central, nervuras secundárias 17-20 pares.
Flores 7,5-11cm; pedicelo 1,5-3,5cm, glabros; cálice 1-2×1,5-2,5cm, borda irregularmente 3-4-lobada, lobos com nervuras marginais proeminentes; pétalas 7-8,5×1,5-3,5cm, espatuladas a largamente obovadas, lilás a rosaclaro, margem levemente ondulada; estames parcialmente concrescidos em tubo e depois livres entre si, partes livres dos estames ressupinadas; tubo estaminal 0,8-6cm; apêndices estaminais alvos a roxos; partes livres dos filetes 2-4,5cm, rosas; anteras ca. 0,3cm; ovário 0,3-0,5cm; estilete 5-7cm, ressupinado, glabro.
Cápsula 10-14cm, oblongóide; sementes 0,4-0,6×0,4-0,7cm.
América do Sul: Paraguai, Brasil e Norte da Argentina. No Brasil, ocorre no Estado da Bahia e em todos os estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste. B2, B3, B4, C4, C5, D1, D6, E7: floresta estacional semidecidual. Flores de abril e maio e frutos de maio a agosto.
Ceiba pubiflora pode ser reconhecida pelas pétalas lilás a rosa-claro e pelos estames parcialmente concrescidos em tubo e depois livres entre si (Fig. 8: L-M). Além disso, nessa espécie as partes livres dos estames e o estilete são ressupinados, como ocorre em outras espécies do gênero, representando, provavelmente, uma adaptação a polinização por beija-flores (Gibbs & Semir 2003).
A variabilidade morfológica de C. pubiflora está no nível de concrescimento dos estames, formando tubos que variam de 0,8cm até 6cm, em um único espécime (M.C. Duarte et al. 77). A presença ou ausência de tricomas nos apêndices estaminais foi utilizada por Gibbs & Semir (2003) para diferenciar C. pubiflora de C. speciosa, porém, esse caráter não foi utilizado no presente trabalho, uma vez que foram observados tricomas nos apêndices estaminais nas duas espécies.
No Estado de São Paulo, a espécie ocorre apenas nas regiões Norte e Noroeste do Estado, com freqüência nos municípios próximos a São José do Rio Preto, no interior de remanescentes de floresta estacional semidecidual de
fazendas da região ou em locais ocupados com o cultivo de cana-de-açúcar, em beiras de estradas e áreas de pastagem. Foi observada em área de preservação, apenas, no Parque Estadual de Teodoro Sampaio.
Fonte: DUARTE, M. C. Diversidade de Bombacaceae Kunth no Estado de São Paulo. 99f, il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2006.