Trepadeiras lenhosas; ramos seríceos a glabrescentes; estípulas interpeciolares, ca. 0,1 mm compr., triangulares, decíduas, livres.
Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 14–27 mm compr., levemente canaliculado a aplanado, seríceo a glabrescente, eglandular; lâmina foliar 7,6–16,7 × 4,5–9,8 cm, cartácea, elíptica a obovada, base aguda, margem inteira, plana, ápice arredondado a acuminado, ambas as faces glabras, nervura central e secundárias impressas na face abaxial, 1 par de glândulas na base do limbo e 2-3 pares submarginais.
Dicásios de umbelas de 3-4 cíncinos 1-floros, 15–41 flores; raque serícea; brácteas 4–5 mm compr., cartáceas, cuculadas, decíduas, eglandulares; bractéolas 7–8 mm compr., cartáceas, cuculadas, decíduas, eglandulares; pedúnculos 8–11 mm. Flores com pedúnculos sésseis, pedicelos sésseis; sépalas paralelas ao androceu, 6,6–6,8 × 2,7–2,8 mm, ápice arredondado, face adaxial glabra, face abaxial serícea, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, amarelos, 1,7 × 0,8 mm; pétalas laterais amarelas, posterior vermelha, limbo das pétalas laterais orbicular a obovado, pétala posterior elíptica, margem erosa; pétalas laterais 7,1–7,4 × 6,2–6,4 mm, unguículos 2 × 0,5 mm; pétala posterior 6,7 × 4 mm, unguículo 2,8 × 0,6 mm; estames com filetes 2,7–3,5 mm compr., conectivos das anteras glandulosos, cobrindo a parte posterior das anteras, lóculos glabros; ovário 2,2 × 1,7 mm, piriforme, seríceo; estiletes 2,7 × 0,2 mm, eretos, divergentes, cilíndricos, glabros; estigma lateral, pedaliforme.
Mericarpos alados, marrons quando maduros, duas alas laterais desenvolvidas fucionadas na parte inferior, ala dorsal presente, acompanhada de álulas laterais, membranáceas, esparsamente seríceas a glabras, tricomas não urticantes, alas com foliar 4,8–5,1 × 2,5–2,8 cm; núcleo seminífero 9–10 mm, rugoso, glabro.
Endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (BFG 2018). No Espírito Santo ocorre em Floresta Estacional Semidecidual e em afloramentos rochosos. Coletada com flor de agosto a dezembro e com fruto em novembro e dezembro. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Em perigo” (CNCFlora 2019; Fraga et al. 2019).
Mezia araujoi pode ser facilmente identificada pelo seguinte conjunto de caracteres: brácteas e bractéolas cuculadas, indumento marrom na inflorescência, flores com a pétala posterior de cor vermelho intensa.
Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.