Trepadeiras lenhosas; ramos tomentosos a velutinos; estípulas epipeciolares, 2,4–3,5 mm, subuladas, persistentes, livres.
Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 7–14 mm, canaliculado, velutino, 1 par de glândulas no ápice; lâmina foliar 7,3–16,2 × 3,9–10,8 cm, cartácea, elíptica a oval, base arredondada, margem inteira, revoluta, ápice arredondado a agudo, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa, nervura central e secundárias impressas em ambas as faces, glândulas na margem próximo ao ápice. Umbelas de cíncinos 1-floros, 2-4 flores; raque tomentosa; brácteas ca. 1,3 mm compr., cartáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; bractéolas ca. 1 mm compr., cartáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; pedúnculos 6,7–8,2 mm, seríceo a velutino.
Flores com pedicelos 16–22 mm, seríceos; sépalas paralelas ao androceu, 2 × 1,6 mm, ápice arredondado, face adaxial glabra, face abaxial serícea, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, avermelhados, 1,6 × 0,8 mm; pétalas laterais amarelas orbiculares, margem erosa, pétala posterior com mácula vermelha no centro, obovada, margem fimbriada, pétalas laterais 4,9 × 3,4 mm, unguículos 2,1 × 0,1 mm; pétala posterior 5,1 × 4 mm, unguículo 2,9 × 0,3 mm; estames com filetes 2–2,7 mm compr., conectivos glandulares das anteras cobrindo a parte posterior dos lóculos, lóculos glabros; ovário 1,4 × 1,4 mm, esférico, seríceo; estiletes 2,9 × 0,1 mm, eretos, divergentes, cilíndricos, glabros; estigma apical, estigma dos estiletes laterais subulados, estigma do estilete posterior pedaliforme.
Mericarpos alados, marrons quando maduros, duas alas laterais desenvolvidas, membranáceas, esparsamente seríceas, tricomas não urticantes, alas 2,3–2,7 × 1,3–1,5 cm; núcleo seminífero 3,4–4,7 mm compr., rugoso, tomentoso.
Endêmica ao Brasil, ocorre nos estados da Bahia e do Espírito Santo (BFG 2018). No Espírito Santo ocorre em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa. Coletada com flor de setembro a dezembro, e com fruto de outubro a dezembro. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Vulnerável” (CNCFlora 2019; Fraga et al. 2019). Hiraea bullata é facilmente reconhecida por suas folhas buladas principalmente em matéria herborizado e com margem revoluta.
Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.