Malpighiaceae – Heladena multiflora

Trepadeiras lenhosas; ramos esparsamente velutinos a glabrescentes; estípulas epipeciolares, ca. 0,8 mm compr., falcadas, persisitentes, livres.

Folhas reduzidas nas inflorescências; pecíolo 3–4,1 mm compr., canaliculado, glabro, eglandular; lâmina foliar 4,7–
13,8 × 1,9–7,1 cm, membranácea, elíptica, base atenuada, margem inteira, plana, ápice agudo, glabra em ambas as faces, nervura central impressa na face abaxial, 1 par de glândulas na base. Tirsos de cíncinos 1-floros, 12–27 flores; raque esparsamente serícea; brácteas 1,3–2 mm compr., membranáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; bractéolas 0,6–0,8 mm compr., membranáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; pedúnculos 1,3–5,4 mm compr.

Flores com pedúnculos sésseis, pedicelos 2–4,5 mm compr., seríceos; sépalas paralelas ao androceu, 1,9–2,3 × 1,1 mm, ápice arredondado, ambas as faces glabras, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, estipitados, verdes, 1,6–1,9 × 1,3–0,6 mm; pétalas amarelas, limbo obovado, margem lacerada da base ao meio e inteira do meio ao ápice; pétalas laterais 2,6–2,9 × 2–2,3 mm, unguículos 1,6 × 0,2 mm; pétala posterior 5 × 4,5 mm, unguículo 2,7 × 0,4 mm; estames com filetes 1,7–2,5 mm compr., conectivos das anteras glandulosos, cobrindo a parte posterior das anteras, lóculos glabros; ovário 1 × 0,7 mm, botuliforme, seríceo; estiletes 1,3 × 0,15 mm, eretos, divergentes, cilíndricos, seríceo; estigma apical, truncado.

Mericarpos sem alas, marrons quando maduros, seríceos, sem tricomas urticantes; núcleo seminífero 2,3–3,5 mm compr.

Ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil. No Brasil, é encontrada no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo (BFG 2018), onde habita a Floresta Estacional Semideciduale a Floresta Ombrófila Densa. Coletada com flor e fruto em dezembro. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Em perigo” (CNCFlora 2019; Fraga et al. 2019).

Heladena multiflora diferencia-se das demais espécies de Malpighiaceae do Espírito Santo por seus elaióforos estipitados, visíveis em todas as fases de maturação da flor, e por seus frutos esquizocárpicos sem alas, canelados entre os mericarpos e lisos, podendo eventualmente serem confundidos com frutos de Thryallis brachystachys, mas estes são angulosos entre os mericarpos e rugosos.

Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.

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