Loganiaceae – Strychnos bahiensis

Liana, 5–25 m alt.; ramos castanhos a purpúreos, cilíndricos, pubérulos; lenticelas ausentes; gavinhas presentes.

Folhas subsésseis ou pecíolo até 6 mm compr.; lâmina verde, amarelada quando seca, sutimente discolor, 3–9 × 2–5 cm, ovada, largo-ovada a elíptica, arredondada na base, acuminada a aguda no ápice, revoluta nas margens, cartácea a coriácea, esparso-pubérula a glabrescente em ambas as faces, triplinérvea.

Tirsos terminais, laxos, 9–15 flores; pedúnculo 0,7–2 cm compr., glabro a minutamente pubérulo; brácteas 1–2 mm compr., lanceoladas, agudas a acuminadas no ápice, ciliadas nas margens. Flores com pedicelo 1–4 mm compr. Sépalas 1,2–1,5 × 0,6–0,8 mm, lanceoladas, acuminadas no ápice, ciliadas nas margens. Corola esverdeada com lobos púrpura, hipocrateriforme; tubo 10–14 mm compr., papiloso externamente, pubescente internamente; lobos
2–3 × 1–1,2 mm, ovados, papilosos externamente, pilosos para a base internamente. Estames exsertos; filetes 0,2–0,3 mm compr.; anteras 1–1,2 mm compr., dorsifixas, glabras. Ovário 1,2–1,4 mm compr.; estilete 12–14 mm compr.; estigma depresso-capitado.

Bagas amarelas, 6,2–9,4× 6,5–9,5 cm; pericarpo sublenhoso, levemente rugoso.

Sementes 8–15, 1–2,5 × 1–2 mm.

Endêmica do Brasil, ocorre da Bahia até Pernambuco (Krukoff & Barneby 1969; Guimarães et al. 2017). F8, G7/8, G8, H8, H8/9 e I8: florestas ombrófilas denso-montanas e submontanas, florestas ciliares ou de galeria, em áreas preservadas ou perturbadas, no interior da mata, com pouca ou muita incidência luminosa direta. Floresce em abril e outubro e frutifica em fevereiro, julho e setembro.

Pertence à seção Longiflorae, cujas espécies são caracterizadas por apresentarem tirsos axilares e/ou terminais, corola hipocrateriforme, anteras com filete quase indistinto e folhas de coloração para o amareloocre quando secas. Strychnos bahiensis é facilmentes reconhecida pelas folhas esparso-pubérulas, glabrescente em ambas as faces, anteras exsertas e tubo alongado. Está relacionada a S. divaricans, diferindo pelas folhas lustrosas (vs. opacas), gavinhas lenhosas (vs. herbáceas) e corola menor (12–15,5 vs. 16–20 mm compr.).

Quando estéril é possível ser confundida com S. gardneri (ver discussão mais detalhada naquela espécie) e S. trinervis; se diferencia da primeira por apresentar a axila das nervuras glabras (vs. barbada) e da segunda pelas folhas completamente glabras em ambas as faces (vs. pilosas a velutinas na face abaxial).

Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.

Deixe um comentário