Liana; ramos castanhos, cilíndricos a tetrágonos, glabros, rugosos; lenticelas pontiformes; espinhos e gavinhas presentes.
Folhas com pecíolo 1–1,5 cm compr.; lâmina castanha a verde-parda quando seca, discolor, (3,5–)4–9,2 × (1,5–)2,7–4,3 cm, elíptica a largo-elíptica, redonda a cuneada na base, aguda a acuminada no ápice, revoluta nas margens,
subcoriácea, glabra em ambas as faces, triplinérvea.
Tirsos terminais, congestos, 50 ou mais flores; pedúnculo 3–4,5 cm compr., glabro; brácteas 7–12 mm compr., lanceoladas, agudas a acuminadas no ápice, denticuladas nas margens. Flores sésseis. Sépalas 4–5 × 1–1,2 mm, lanceoladas, agudas a acuminadas no ápice, esparso-denticuladas nas margens. Corola não vista.
Bagas verde-escuras a amarelas quando passadas, 2,4–3,5 × 2,2–3 cm; pericarpo sublenhoso, levemente rugoso.
Sementes 1 ou 2, 1–1,8 × 0,8–1,4 mm.
Endêmica da Bahia (Krukoff & Barneby 1973; Guimarães et al. 2017). G8/9 e H8: florestas ombrófilas denso-montanas, submontanas ou matas de cipó, no interior de matas preservadas, matas costeiras ou ciliares. Encontrada com flores e frutos em julho e flores passadas em janeiro.
Segundo Krukoff & Barneby (1973), Strychnos alvimiana está relacionada a S. nigricans e S. mattogrossensis por apresentarem frutos de pericarpo rígido e fibroso. É caracterizada principalmente por apresentar os ramos mais antigos tetrágonos, com espinhos aos pares, lenhosos, alongados ou diminutos, folhas pardas, com nervuras imersas na face abaxial e margens revolutas. Essas espécies diferem das demais espécies de Strychnos que ocorrem na Bahia por apresentarem inflorescências enegrecidas quando secas, densamente bracteadas e sépalas maiores (mais que 3,5 mm vs. menos que 3 mm compr.). Strychnos alvimiana diferencia-se de S. nigricans e S. mattogrossensis por apresentar hábito lianescente (vs. arbusto escandente) e folhas coriácea (vs. cartácea). Quando estéril assemelha-se a S. erichsonii (veja comentário naquela espécie). Como sugerido pelo autor da espécie, são necessárias coletas adicionais, pois a espécie é conhecida apenas a partir de flores passadas. Os frutos, com poucas sementes, examinados pela primeira vez para este estudo, confirmam sua classificação na seção Breviflorae.
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.