Erva ereta, ramificada, 30–100 cm alt.; ramos verde-claros, cilíndricos a subtetrágonos, costados, glabros.
Folhas verticiladas no ápice e opostas para a base dos ramos; pecíolo 0,2–0,6 mm compr.; lâmina verde, discolor, 2–8,5 × 1–3 cm, oblongo-lanceolada a lanceolada, cuneada a atenuada na base, acuminada a aguda no ápice, membranácea a cartácea, escabra a raramente glabra em ambas as faces, 3–7(8) pares de nervuras secundárias; estípulas deltoides, 1–1,5 mm compr.
Cimeiras escorpioides, isoladas, terminais e axilares, 8–30 flores, 2–12 cm compr.; pedúnculo até 1 cm compr., glabro; brácteas 0,5–1 mm compr., linearlanceoladas, agudas no ápice, dentículos hialinos nas margens. Flores sésseis ou pedicelo até 0,2 mm compr. Sépalas 1–1,5 × 0,3–0,4 mm, linear-lanceoladas, agudas no ápice, denticulada nas margens. Corola branca com guias de néctar rosa, infundibuliforme; tubo (7–)8–9 mm compr., glabro externa e
internamente; lobos 1,5–2 mm, ovados a deltoides, glabros. Estames inclusos; filetes ca. 1 mm compr.; anteras 1,2–1,5 mm compr. Ovário 0,8–1 mm compr.; estilete 7,4–9 mm compr.; estigma filiforme.
Cápsulas verdes, 2,5–3 × 3,5–4 mm; mericarpos arredondados, minutamente papilosos. Carpoatlas largo-elíptico,
agudo a acuminado nas extremidades; forame elíptico a largo-elíptico.
Sementes 30, 2–3 × 1,5–2 mm.
Endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe (Guimarães et al. 2017). C7, E7, E9, E9/10, F6, F8, G5, G7, G8/9, H8, H8/9, I8/9, J8 e K8: florestas ombrófilas densosubmontanas e florestas estacionais semideciduais, em áreas preservadas ou em regeneração; em locais úmidos sombreados na borda da mata, em matas
ciliares com solos humíferos. Floresce e frutifica praticamente o ano todo.
Spigelia flemmingiana é uma erva com ramos cilíndricos ou mais raramente subtetrágonos, com lamelas verticais, folhas oblongo-lanceoladas a lanceoladas, membranáceas a cartáceas, e inflorescências alongadas, geralmente sésseis. É ligeiramente semelhante a S. schlechtendaliana, espécie que ocorre nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas é tipicamente de florestas ombrófilas, não de campos rupestres como aquela espécie, e apresenta ramos cilíndricos a subtetrágonos (vs. tetrágonos), entrenós alongados (vs. curtos), folhas membranáceas a cartáceas,
desiguais, não revolutas nas margens (vs. cartáceas, iguais e revolutas), inflorescências terminais e axilares (vs. apenas terminais), pedúnculo até 1 cm compr. (vs. maior que 2 cm compr.) e sépalas menores que a metade das cápsulas (vs. maiores que a metade da cápsulas).
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.