Árvores, 20 m alt.; ramos subcilíndricos, ferrugíneo-glabrescentes.
Folhas alternas em todo o ramo; pecíolo 0,3−1 cm compr., canaliculado, glabrescente; lâmina 3−8 × 1−3,5 cm, obovada ou elíptica, ápice agudo ou acuminado, base cuneada, margem ondulada, face adaxial glabrescente, lustrosa, bulada sobre as domácias, reticulação densa, nervura primária subsaliente, secundárias planas, face abaxial glabrescente, reticulação densa, nervuras subsalientes, secundárias 4−7 pares, ângulo de divergência 25º−60º, nervação camptódroma-broquidódroma, domácias nas axilas basais, cobertas por tricomas ferrugíneos.
Inflorescências axilares; botrióide 2−3 cm compr., pauciflora, ferrugíneo-pubérula. Flores bissexuadas; pedicelo ca. 2 mm compr.; hipanto inconspícuo, internamente glabro; tépalas 1,5−2,3 mm compr., ovalado-elípticas, face abaxial
pubérula, papilas no ápice e na margem; estames das séries I e II 1,2−1,5 mm compr., filetes tão longos quanto as anteras, glabrescentes, anteras ovalado-quadrangulares, ápice obtuso, papilosas, locelos introrsos; estames da série III ca. 1,4−1,8 mm compr., filetes tão longos quanto as anteras, glabrescentes, anteras retangulares, ápice truncado,
papilosas, locelos superiores laterais e inferiores lateral-extrorsos; estaminódios da série IV 0,6−1,1 mm compr., clavados, pubérulos; pistilo 1,7−2,4 mm compr., glabro, ovário elipsoide, estilete longo, estigma subcapitado. Cúpulas 0,9 × 0,9 cm, sub-hemisféricas a quase planas, margem simples.
Frutos 1,2 × 1,1 cm, globosos.
No Paraná Ocotea porosa é encontrada na FOD Montana, Altomontana, FOM e FES, entre 620 e 1.650 m, ocupando o dossel. A espécie é amplamente distribuída no estado em altitudes superiores a 850 m sendo frequente na FOD e FOM e rara na FES. Está entre as espécies mais representativas na FOD Altomontana. É abundante em florestas primárias e apresenta boa regeneração em florestas secundárias. Foi intensamente explorada no primeiro e segundo
planaltos paranaenses, justificando sua inclusão na lista brasileira de extinção (MMA 2008).
No Paraná, entretanto, é categorizada nos critérios da IUCN (2001) como Menor Preocupação (LC). Em material vivo a coloração das flores varia de branca a creme e os frutos maduros são pretos. A madeira apresenta odor acentuado. A espécie quando coletada na FOM apresenta folhas lanceoladas diferindo das folhas obovadas ou elípticas quando coletada na FOD. Vegetativamente pode ser confundida com O. catharinensis e O. indecora diferindo pelas domácias cobertas por tricomas ferrugíneos. Floresce de agosto a janeiro na FOM e de janeiro a abril na FOD, frutifica de outubro a abril na FOM e de março a outubro na FOD.
Fonte: BROTTO, M. L.; CERVI, A. C.; SANTOS, E. P. dos. O gênero Ocotea (Lauraceae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, p. 495–525, set. 2013.