Árvores, 20 m alt.; ramos com crescimento rítmico, angulosos, glabrescentes.
Folhas subopostas; pecíolo 0,3−0,5 cm compr., canaliculado, glabrescente; lâmina 3−6 × 1−2,5 cm, elíptica ou obovada, ápice obtuso ou arredondado, base cuneada, revoluta, face adaxial glabra, lustrosa, reticulação densa, inconspícua, nervura primária plana a subsaliente, secundárias planas, face abaxial glabra, reticulação densa, nervuras planas, secundárias 7−10 pares, ângulo de divergência 50º−80º, nervação broquidódroma, domácias
ausentes.
Inflorescências subterminais, agrupadas ao redor da gema apical; botrióide 2−6 cm compr., pauciflora, aureo-pubérula. Flores bissexuadas; pedicelo 2−3 mm compr.; hipanto conspícuo, internamente tomentoso; tépalas ca. 2,6 mm compr., elípticas, reflexas, face abaxial pubérula, face adaxial papilosa, papilas na margem; estames das séries I e II ca. 1,4 mm compr., filetes tão longos quanto as anteras, tomentosos, anteras ovaladas, ápice obtuso, papilosas, locelos superiores introrsos e inferiores lateral-introrsos; estames da série III ca. 1,4 mm compr., filetes tão longos quanto as anteras, tomentosos, anteras retangulares, ápice truncado, locelos superiores laterais e inferiores lateral-extrorsos; estaminódios da série IV ca. 0,7 mm compr., clavados, tomentosos; pistilo ca. 2 mm compr., glabro, ovário elipsoide, estilete tão longo quanto o ovário, estigma capitado, glabrescente. Cúpulas 1 × 1 cm, sub-hemisféricas, margem dupla.
Frutos 1 × 0,7 cm, elipsoides.
No Paraná Ocotea lobbii é encontrada na FOD das Terras Baixas, entre 3 a 10 m, ocupando o dossel. A espécie é rara no estado, embora sua ocorrência em São Paulo e Santa Catarina sugira uma ampla distribuição no Leste do Paraná, por isso é categorizada nos critérios da IUCN (2001) como Em Perigo (EN B1ab(iii)).
Em material vivo a coloração das flores é creme e os frutos maduros são roxos. Baitello (2003) cita a espécie para a Floresta Estacional Semidecidual, formações campestres e floresta de restinga, enquanto Assis (2009) cita O. lobbii apenas para formação de restinga, considerando Ocotea virgultosa (Mart. ex Nees) Mez como espécie próxima à O. lobbii.
Segundo este autor, O. virgultosa tem cúpula de margem simples e o tipo é proveniente de Minas Gerais, assim como descrito por Mez (1889), enquanto que o tipo de O. lobbii com flores teria sido coletado no Rio de Janeiro, embora Meissner (1864) tenha indicado apenas ‘In Brasilia merid.’.
Levando em consideração que a coleta de Canha (UPCB 41743) apresenta cúpula de margem dupla e pela similaridade da coleta de Hatschbach 12743 com o holótipo confirmado por Rohwer (1986), coleta de Lobb 30 (K, NY), optou-se por aceitar o conceito de Assis (2009). Vegetativamente, pode ser confundida com Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez pelo tamanho e forma das folhas, mas a disposição das folhas nesta é alterna e em O. lobbii é suboposta. Floresce de maio a setembro e frutifica em maio.
Fonte: BROTTO, M. L.; CERVI, A. C.; SANTOS, E. P. dos. O gênero Ocotea (Lauraceae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, p. 495–525, set. 2013.