Arbusto ca. 1,5 m alt., caule destituído de camada de cera evidente; ramos tomentosos, tricomas tectores alvos.
Folhas pecioladas; pecíolo 0,7-1 cm compr., tomentoso; lâmina cartácea, elíptica, 3-7 cm compr., 1,5-3 cm larg., ápice arredondado, obtuso ou levemente retuso, margem crenada, base cuneada, face adaxial estrigosa ou tomentosa na nervura mediana, face abaxial alvo-tomentosa.
Pseudorracemo triplo (pleiotirso), eixo principal 10-30 cm, tomentoso, tricomas tectores mais longos do que dos ramos, ramos laterais da inflorescência congestos. Flor: pseudopedicelo 2-7 mm compr., alongando-se no fruto; bractéolas da base do pseudopedicelo 2-1 mm compr., presente nos botões, geralmente decíduas nas flores maduras, tomentosas; bractéolas próximas ao cálice 0,4-1,8 mm compr., às vezes inconspícuas; cálice roxo, 3,5-4 mm compr. na flor, 6-8 mm no fruto, campanulado, face interna glabra, face externa tomentosa; corola violeta, 7-10 mm compr., face interna glabra, face externa tomentosa, tricomas tectores ou glandulares.
Núculas obovoides ou ovoides, 2,7-2,8 mm compr., 2-2,1 mm larg., achatadas, ápice arredondado, coloração castanhoclara, mucilaginosas quando molhadas.
Endêmica de Minas Gerais, Eriope hypoleuca ocorre em campos rupestres, aparentemente estendendo-se também em áreas de cerrado, com distribuição relativamente ampla na porção mineira da Cadeia do Espinhaço, ocorrendo na Serra do Cipó, Diamantina e Grão-Mogol (Harley 1988b). É facilmente reconhecida pelas folhas largamente elípticas, pelo indumento tomentoso nos ramos e pelas folhas com face abaxial alva. Pode ser diferenciada de E. macrostachya pelo indumento, forma das folhas e sua inflorescência congesta nos ramos laterais. Na Serra do Cipó, floresce de fevereiro a março e de junho a novembro.
Fonte: SILVA-LUZ, C. L. da.; GOMES, C. G.; PIRANI, J. R. & HARLEY, R. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lamiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 2, p. 109-155, 2012.