Lamiaceae – Eriope angustifolia

Subarbusto ca. 1 m alt.; caule ceroso, glauco, glabro exceto pelos tricomas tectores setosos de ca. 4 mm compr. na base da planta e próximo aos nós, frequentemente intumescido nos internós.

Folhas sésseis, cartáceas, lineares, 5-9 cm compr., 0,2-0,6 cm larg., ápice agudo, margem serrada com tricomas
tectores, base cuneada, face adaxial com tricomas tectores ou glandulares, face abaxial glabra. Pseudorracemo duplo (diplotirso), ramos decussados, eixo principal 20-45 cm, pubérulo, tricomas tectores ou glandulares.

Flor: pseudopedicelo 1-2 mm compr., no fruto 2-3 mm compr.; bractéolas da base do pseudopedicelo 1-4 mm compr., persistentes ou decíduas, com tricomas nas margens; bractéolas próximas ao cálice 0,3-0,5 mm compr.; cálice 2-3 mm compr., campanulado na flor, 3-6 mm compr., turbinado no fruto, face interna tomentosa nos lobos,
face externa hirsuta, tricomas tectores ou glandulares; corola violeta, 5-6 mm compr., face interna glabra, face externa hirsuta ou tomentosa.

Núculas piramidais, 2-2,25 mm compr., ca. 1 mm larg., pouco achatadas, ápice arredondado, coloração castanho-avermelhada, mucilaginosas quando molhadas.

Epling (1963) registrou para a Serra do Cipó E. filifolia Benth. baseado em Archer & Barreto 4965, na realidade um espécime de E. angustifolia Epling. Na revisão de Eriope (Harley 1976), esses táxons foram tratados como conspecíficos; posteriormente Harley (1988b) avaliou novamente os limites específicos dessas espécies, levando em consideração também a distribuição geográfica, e passou a tratá-las como espécies distintas, ambas com ocorrência em áreas de campo rupestre, sendo que E. filifolia é endêmica de Diamantina e E. angustifolia ocorrendo na Serra do
Cipó e em Diamantina. E. angustifolia pode ser diferenciada de E. filifolia principalmente por apresentar nós intumescidos e margem conspicuamente serrada. É possível que o exemplar coletado por G. Martinelli 4314 depositado no herbário RB corresponda a E. angustifolia, porém o material encontra-se vegetativo e consideravelmente fragmentado impossibilitando a confirmação da espécie. Foi coletada com flores de fevereiro a
dezembro.

Fonte: SILVA-LUZ, C. L. da.; GOMES, C. G.; PIRANI, J. R. & HARLEY, R. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lamiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 2, p. 109-155, 2012.

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