Subarbusto ou erva 0,2-0,6 m alt., ramos tomentosos, tricomas tectores ou glandulares.
Folhas sésseis, coriáceas, elípticas, estreitamente elípticas ou oblongo-lanceoladas, discolores, venação craspedódroma, proeminente na face abaxial, 1,6-4,7 cm compr., 0,6-1,5 cm larg., ápice agudo, margem serrada, base atenuada ou cuneada, face adaxial esparsamente hirsuta, face abaxial estrigosa ou hirsuta, ambas as faces tricomas tectores ou glandulares.
Capítulo esférico; pedúnculo 2,5-5 cm compr.; brácteas iguais às folhas. Flor: bractéolas involucrais lineares, 3-7 mm compr., 0,1-0,2 mm larg., ápice agudo, hirsutas, tricomas tectores ou glandulares; bractéolas internas ausentes; cálice 4,1-8,5 mm compr., tubular, lobos lineares, ápice do lobo acuminado ou arredondado, face interna glabra, face
externa hirsuta ou tomentosa no tubo e lobos, tricomas tectores ou glandulares, densamente tomentosa na fauce; corola lilás ou roxa, 4,5-8,5 mm compr., 0,4-1,2 mm larg. na base, 1-1,5 mm diâm. na fauce, lobos ovais, ápice do lobo agudo, face interna glabra, face externa hirsuta principalmente nos lobos, tricomas tectores ou glandulares.
Núculas complanadas, 1,5-2,3 mm compr., 0,7-1,1 mm larg., ápice arredondado, coloração castanho-clara, pouco mucilaginosas quando molhadas, levemente verruculosas.
A maioria das coleções examinadas de Cyanocephalus peduncularis provém da Cadeia do Espinhaço e adjacências em Minas Gerais: Serra do Cipó, Diamantina, Serra do Cabral, Curvelo e Couto de Magalhães; Harley et al. (2010) referem ocorrência também em Goiás. É uma espécie muito comum na Serra do Cipó, com populações normalmente
associadas a baixadas com córregos, florescendo em março e de junho a novembro.
A espécie possui folhas elípticas, estreitamente elípticas ou oblongo-lanceoladas e indumento esparsamente hirsuto na face adaxial e indumento estrigoso ou hirsuto na face abaxial, enquanto Cyanocephalus nitidulus (Benth.) Harley & J.F.B.Pastore, espécie muito semelhante, apresenta folhas ovais e superfícies adaxial e abaxial glabras e brilhantes. Uma análise recente desses espécimes da Serra do Cipó (Harley et al. em prep.), juntamente com outras coleções provenientes do norte de Minas Gerais, demonstrou que alguns exemplares com folhas um pouco mais largas representam uma variação morfológica dentro de C. peduncularis, enquanto que espécimes de C. nitidulus conhecidos somente da região da fronteira do Piauí e Tocantins parecem ser um táxon diferente; porém mais estudos
são necessários para decidir seu status. Os espécimes de C. peduncularis provenientes de Diamantina exibem pedúnculo mais alongado e caule mais espesso.
Fonte: SILVA-LUZ, C. L. da.; GOMES, C. G.; PIRANI, J. R. & HARLEY, R. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lamiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 2, p. 109-155, 2012.