Ervas 0,4–1,2 m alt.; cormo 2,5–5 × 1–2,5 cm.
Folhas 1–5 por planta, 12–67 × 2–5 cm, cilíndricas, eretas. Escapo 12,5–52 cm compr., ápice portando duas brácteas alternas, lanceoladas, a primeira 5–24,5 cm compr., a segunda 3–6,5 cm compr., algumas vezes separadas entre si por um entrenó de 2,5–13 cm compr., distantes 8–26 cm da inflorescência. Ripídios 1 ou 2; pedúnculo 16–59 cm compr.; espatas 2–3,5 × 1–1,3 cm.
Flores amarelas; tépalas externas obovais, 2,5–3,5 × 3–3,6 cm, patentes, ápice obtuso, com tricomas filamentosos, base com estrias castanho-vináceas; tépalas internas oboval-oblongas, 2–3,3 × 0,5–0,6 cm, com estrias castanho-vináceas por toda a sua extensão; filetes amarelos, 0,5–1 cm compr., anteras esverdeadas, oblongas, 0,5–0,7 cm compr.; ovário 0,8–1 × 0,2–0,3 cm, estiletes amarelos, 1,3–1,5 cm compr., unidos até ca. 0,8 cm compr., cilíndricos na base, região mediano-apical alargada, ramos trífidos, cristas estreito-triangulares, ápice arredondado, as laterais 0,13–0,2 cm compr., a central 0,05–0,08 cm compr.
Cápsulas oblongas, 0,8–1 × 0,3–0,5 cm; sementes 0,1–0,4 × ca. 0,1 cm.
Ocorre nos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás (Chukr & Giulietti 2008). E2, E6, F6, G2: campo rupestre, campos gerais com caatinga, campo sujo e cerrado, na Chapada Diamantina, em altitudes de 900 a 1800 m. Floresce e frutifica o ano todo.
Trimezia cathartica caracteriza-se por apresentar folhas cilíndricas, escapo com duas brácteas alternas na região apical, e estiletes com ramos trífidos e cristas estreito–triangulares. Muitas vezes, é confundida com T. juncifolia em coleções de herbário, devido às folhas cilíndricas e à morfologia floral similar, mas difere facilmente desta por seu
escapo áfilo. Apresenta grande variação fenotípica no comprimento de folhas e escapos. Em Rio de Contas, ocorrem tanto indivíduos com folhas de 11–32 cm compr. (e.g., Harley 54527), quanto indivíduos com folhas até 64 cm (e.g., Côrtes 80).
Fonte: OLIVEIRA, P. N. de; GIULIETTI, A. M. OLIVEIRA, R. P. de. Flora da Bahia: Iridaceae. Sitientibus: Série Ciências Biológicas, Feira de Santana, v. 16, p. 1–38, 2016.