Iridaceae – Alophia drummondii

Ervas 12–75 cm alt.; bulbos 1,2–4 × 0,7–2,5 cm.

Folhas 1–3 por planta, 20–51 × 0,2–1 cm, lineares a linear-ensiformes, membranáceas. Escapo 9–52 cm compr., simples ou ramificado, portando 1–3 brácteas lineares a linear-ensiformes, a primeira bráctea 9–48 × 0,3–1,4 cm, as demais 2,5–5,5 × 0,2–0,4 cm, separadas por entrenós de 0,8–7 cm compr.

Ripídios 1–10, laxos;  pedúnculo 1,5–9,5 cm compr.; espatas 1,5–6,5 × 0,4–1,4 cm. Flores roxas; tépalas externas obovais, 1–2,5 × 0,7–1,5 cm, ápice arredondado a truncado, região mediano-basal amarelada com estrias castanhovináceas; tépalas internas 1–1,5 × 0,5–0,8 cm, involutas, ápice arredondado, região basal amarelada com estrias castanho-vináceas, região mediana esbranquiçada com estrias roxas, podendo conter duas máculas amarelo-intensas na concavidade interna  mediana; filetes roxos, 0,2–0,5 cm compr., unidos na base, anteras roxas, 0,4–0,8 cm compr; ovário 4–5 cm compr., oval, estiletes roxos, 0,8–1 compr., unidos até ca. 0,6 cm compr., base cilíndrica, região mediana alargada, ramos divididos em dois braços filiformes, 0,1–0,3 cm compr.

Cápsulas oblongas, 1,5–3 × 0,8–1,2 cm; sementes ca. 0,3 × 0,2 cm.

Apresenta distribuição disjunta entre as regiões áridas do sul dos Estados Unidos até o oeste do México e a América do Sul (Goldblatt & Manning 2008). No Brasil, ocorre nos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba (Alves et al. 2011), Pernambuco (Eggers et al. 2016), sendo registrada pela primeira vez para o Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia a partir deste estudo. A8, B5, B7, B8, B9, C5, C8/9, D4, D5, D6, D8, D9, F3, F7, G4, G7: caatinga e floresta
estacional semidecidual. Encontrada com flores de dezembro a agosto e com frutos de março a abril. As flores se abrem às 6:00 horas da manhã e se fecham por volta das 11:00 horas.

Alophia drummondii apresenta flores com anteras panduriformes, com amplo conectivo, posicionando as tecas lateralmente nas bordas da antera, e estiletes com ramos profundamente divididos em dois braços filiformes, reflexos. No material selecionado neste trabalho, foi observada variação quanto ao porte dos indivíduos e tamanho das estruturas, incluindo bulbo, folhas, escapos, brácteas, flores e frutos. A espécie é, muitas vezes, equivocadamente identificada como Calydorea gardneri Baker, possivelmente devido à semelhança da porção vegetativa entre os indivíduos de menor porte de A. drummondi e os de C. gardneri. Contudo, as duas espécies podem ser diferenciadas
pela morfologia dos estames e estiletes. Calydorea gardneri distingue-se de A. drummondi por apresentar anteras lineares, reflexas, e estiletes unidos em quase todo o seu comprimento, com pequena porção apical dividida em três ramos lineares e indivisos (Goldblatt & Henrich 1991). Alophia drummondii também é erroneamente identificada como A. linearis (Kunth) Klatt. Esta confusão decorre da indicação do material Blanchet 2741 no Herbário K como tipo de A. linearis, informação mantida por Eggers et al. (2016) na Flora do Brasil. Contudo, uma análise acurada do material revelou que a exsicata é, na verdade, de A. drummondii. Alophia linearis, tratada como Larentia linearis (Kunth) Klatt, ocorre em áreas de cerrado na Região Centro–Oeste (Eggers et al. 2016) e apresenta anteras sem conectivo visível, lineares, adpressas aos ramos do estilete apenas na porção apical das tecas (Goldblatt & Manning 2008).

Fonte: OLIVEIRA, P. N. de; GIULIETTI, A. M. OLIVEIRA, R. P. de. Flora da Bahia: Iridaceae. Sitientibus: Série Ciências Biológicas, Feira de Santana, v. 16, p. 1–38, 2016.

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